Da editoria de Poítica do JC O presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Dilson Peixoto (PT), fez, ontem (terça, 22), um alerta ao prefeito do Recife, João Paulo (PT).
Cobrando maior diálogo dentro e fora do PT, ele afirmou que é preciso dar “um freio de arrumação” na condução da pré-campanha do secretário de Planejamento Participativo, João da Costa (PT), sob pena de uma derrota eleitoral em outubro. “Tudo tem sido feito com a soberba de quem acha que já ganhou e terá o apoio de todos de qualquer forma.
Mas a verdade é que não estamos em céu de brigadeiro.
Tenho ouvido várias cobranças”, disse.
O petista externou, assim, a insatisfação que governistas vinham relatando nos bastidores. “João da Costa tem que agir como candidato, conversar, construir politicamente, ouvir os vereadores que estão desesperados, conquistar o coração das pessoas.
Mas ele se limita a ir a reuniões do Orçamento Participativo e do PT”, disparou.
Dilson, no entanto, contou estar em situação delicada para responder críticas a respeito do postulante, pois sua ala no PT, a Unidade na Luta (UL), teria sido colocada à margem dos debates sobre o pleito.
De acordo com ele, o clima está péssimo no PT, já que os integrantes do Campo de Esquerda Unificado (CEU), ligados ao prefeito, estariam submetendo o Diretório Estadual à “paralisia”, ao não indicarem seus representantes para a instância. “Apostando nessa paralisia, o CEU tem ido ao interior com a missão clara de enfrentamento interno, inclusive cooptando lideranças da UL”, denunciou.
Dilson avalia que o prefeito precisa contribuir para instalar o diretório e integrar o partido na sucessão, “enquanto é tempo”, para, então, criar um novo tipo de relação com os aliados. “João Paulo precisa usar a sua habilidade.
Hoje parece que o CEU quer puxar a adesão das pessoas por osmose.
Na minha opinião, continuar assim é o caminho para uma derrota”, declarou.
Ele explicou que os problemas de composição do diretório do PT impediram as definições sobre as inserções da legenda no rádio e na TV, que vão ao ar em maio.
Mas já defendeu que o programa não fique centrado em João da Costa. “Vamos ter cuidado para não fazer campanha fora de hora e o PT não tem só a candidatura do Recife.
Temos Sérgio Leite em Paulista, André Campos em Jaboatão, nossos prefeitos que tentarão a reeleição.”, encerrou.
Ao JC, o prefeito disse que preferia conversar com a UL antes de falar, mas, ontem à noite, não conseguiu contato com ninguém da ala.
LUCIANO No bojo das críticas à condução da pré-candidatura de João da Costa, o presidente da EMTU, Dilson Peixoto (PT), ressaltou a importância de viabilizar a postulação do vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) para a esquerda no Estado.
Segundo ele, o comunista pode ter o papel de segurar os votos daqueles que não votarão em João da Costa e impedir o crescimento de candidatos do campo adversário.
Nesse sentido, ele criticou os movimentos do prefeito João Paulo para esvaziar de apoios a chapa de Siqueira. “A esquerda não é apenas o PT ou uma parte do PT.
Luciano pode segurar o voto de quem tem restrição a João da Costa no nosso campo.
E viabilizar uma candidatura que representa um segmento da esquerda é uma tarefa de todos, não apenas do PCdoB”, defendeu.
Segundo ele, está havendo, no Campo de Esquerda Unificado (CEU), um desrespeito à postualação de Siqueira. “Há um profundo desrespeito.
Não houve uma conversa séria com Luciano e vimos uma tentativa de esvaziar sua candidatura, retirando os aliados.
Pela relação histórica com o PCdoB, isso deveria ter sido discuitido de forma clara”, argumentou.
Dilson, no entanto, ponderou que é legítimo buscar ampliar o palanque de João da Costa. “Mas o que eu acho é que, normalmente, o que a gente via era que o processo de discussão de uma candidatura era com todo mundo.
Não acontecia de ir buscando individualmente o apoio de cada um.
Nosso roteiro sempre foi descutir junto o projeto, não esse tipo de conversa individual, como houve com o PR”.