Propaganda enganosa Numa decisão exemplar, o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) determinou a suspensão de duas campanhas da Petrobras em que a estatal se enaltece como ambientalmente responsável.
O Conar, provocado por secretarias de Meio Ambiente e ONGs, considerou as peças propaganda enganosa.
A Petrobras não só perpetra um dano continuado contra a saúde dos brasileiros, ao forçá-los a respirar fumaça de óleo diesel com níveis perigosos de enxofre, como ainda vem procrastinando a solução do problema.
Em 2002, o Conselho Nacional do Meio Ambiente baixou a resolução 315: a partir de janeiro de 2009, o diesel deveria ter concentração máxima de enxofre de 50 partes por milhão (ppm).
O combustível comercializado em 237 cidades de grande porte tem 500 ppm de enxofre.
Nos cerca de 5.300 municípios restantes, chega a 2.000 ppm.
O limite máximo na União Européia é de 50 ppm e de 10 ppm a partir de 2009.
Nos EUA e no Canadá, é de 15 ppm.
No Japão, 10 ppm.
A Petrobras afirma que não poderá cumprir o cronograma.
Na melhor das hipóteses o diesel mais limpo chega em 2013.
A estatal tenta empurrar a responsabilidade para a Agência Nacional de Petróleo, que teria atrasado a especificação técnica.
Não revela que ela mesma, aliada aos fabricantes de veículos, pressionou a agência para ir devagar, a fim de postergar os custos que as mudanças deverão impor à cadeia.
As conseqüências dessa “economia” não são triviais.
Estudo do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP estima que a má qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo provoque a morte prematura de 3.000 pessoas por ano.
O enxofre responde por boa parte desses óbitos.
Até que a Petrobras resolva isso, deve ficar calada em temas ambientais.
Do editorial da Folha de São Paulo de hoje ANP pune mais de 1,5 mil de postos por venda de combustíveis fora do padrão