Está longe do fim a batalha entre oposição e governo em torno do suposto dossiê que reúne informações sigilosas sobre as despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de sua esposa, Ruth Cardoso, e de alguns ex-ministros com cartões corporativos .
Na próxima terça-feira (22), a partir das 11h30, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) votará requerimento do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), convocando a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, a prestar esclarecimentos sobre a eventual elaboração desse dossiê, o que configuraria, na opinião do senador, crime de responsabilidade.
Na terça-feira (15), requerimento semelhante foi aprovado pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), gerando uma nova crise entre governo e oposição.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que, na próxima reunião da CI, apresentará requerimento para cancelar a convocação da ministra.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, também já leu, em Plenário, requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) exclusiva do Senado com a finalidade de também apurar eventuais irregularidades no uso de cartões corporativos pelo governo federal.
Em meio a esse embate, oposição e governo conseguiram fazer um acerto de procedimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.
Esse acordo durou até a aprovação de requerimento para acesso dos membros da comissão a dados sigilosos sobre o assunto auditados pelo Tribunal de Contas da União.
Arthur Virgílio adiantou que a CPI exclusiva do Senado ficará em stand by enquanto a base do governo na CPI Mista aprovar todos os requerimentos e não criar obstáculos à continuidade das investigações.