Da Editoria de Política do JC O governador Eduardo Campos (PSB) analisou que o instituto da reeleição está com os dias contados.
Lembrando que o seu partido foi contra a mudança na ocasião da votação da matéria na Câmara dos Deputados, ele defendeu um mandato mais longo para os políticos. “Não dá para ficar todo ano eleitoral mudando as regras.
Eu acho que a reeleição está condenada e defendo um mandato de cinco anos sem reeleição”, disse ele, em entrevista concedida ao programa Canal Livre, na Rede Bandeirantes, anteontem à noite.
O socialista disse não acreditar numa reforma política ampla, afirmando que ela não sai do papel por falta de interesse da classe política. “Sempre se faz microrreformas, que é a reforma da próxima eleição.
Desde que o Brasil voltou a ter eleições que se fazem reformas na véspera de toda disputa porque os políticos que são candidatos ficando vendo qual é a melhor mudança para beneficia-los.” Na entrevista, o governador voltou a recharçar o debate sobre um possível terceiro mandato do presidente Lula, que vem sendo defendido por lideranças políticas como o vice-presidente da República, José Alencar (PRB), e o prefeito do Recife, João Paulo (PT). “Essa é uma questão que não está na cabeça do povo, não é a pauta do povo.
Posso garantir que nunca ouvi do presidente nenhum desejo de mexer com essa história, de mudar a Constituição”, assegurou Eduardo Campos, que aproveitou para enviar um recado à oposição. “Acho que essa questão de terceiro mandato está mais na cabeça da oposição do que na do presidente Lula.
Eu acho que os meus amigos da oposição devem ter muito cuidado com esse assunto porque no final ele pode pesar muito mais contra a oposição do que contra o presidente”, alfinetou.
Eduardo afirmou, ainda, que para conquistar o eleitorado, o próximo presidente terá que demonstrar intimidade e conhecimento do País.
Na análise do governador, o presidente Lula preparou-se com as eleições em que foi derrotado. “Lula conheceu o Brasil em 1989, quando fez a caravana pelo país.
O Brasil não vai aceitar ser governado por alguém que não conheça o Brasil.
Isso vai ser exigido de um candidato”, opinou.
Por fim, analisou que os candidatos as eleições municipais, situados no campo de oposição ao presidente Lula irão trabalhar para tentar se manter distantes dos debates que envolvam o presidente.
Na avaliação do socialista, os oposicionistas devem tentar municipalizar a disputa. “Não devem haver grandes surpresas nesta eleição.
O que vai haver é um enorme esforço de tudo quanto é candidato da oposição em municipalizar o debate e de tudo quanto é candidato da base, que não estiver bem nas pesquisas, de federalizar”, opinou o governador, em entrevista ao programa Canal Livre.