O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste domingo a tarifa imposta ao etanol brasileiro por países desenvolvidos. “Quando lançamos a proposta de produzir biodiesel no Brasil, eu imaginava que não iríamos ter muitos adversários no mundo desenvolvido”, disse Lula durante a inauguração de um escritório da Embrapa em Acra, capital de Gana. “Eu não consigo entender, por que os países ricos não falam mal do preço do petróleo.
Quanto implica, no custo do alimento, um barril de petróleo a US$ 103?
Por que os países ricos sobretaxam o etanol brasileiro e não taxam o petróleo?” O presidente voltou a defender os biocombustíveis da acusação de que eles estariam provocando um aumento internacional nos preços.
Após a cerimônia na Embrapa, Lula discursou na abertura da reunião especial da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
O presidente disse que “não há contradição entre a busca de fontes alternativas de energia e o desenvolvimento de padrões agrícolas que garantam a segurança alimentar”. “Este é um desafio que estamos enfrentando com êxito em nosso País”, disse Lula, segundo agência do governo.
Ele também críticou o “a tentação dos países ricos em acentuar suas práticas protecionistas”. “Os subsídios milionários pagos pelo Tesouro dos países ricos são como uma droga que entorpece e vicia seus próprios produtores, mas cujas maiores vítimas são os agricultores das nações mais pobres.” O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que também participou da abertura da reunião, disse que se o atual aumento no preço dos alimentos não for contido, a crise pode afetar o crescimento e a segurança do mundo, prejudicando o combate à pobreza. “Nós corremos o risco de voltar à estaca zero”, disse o secretário-geral em Gana durante a abertura.