Da Editoria de Economia do Jornal do Commercio A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) pediu um reajuste médio de 15,85% a partir do próximo dia 29.

O pedido não indica o quanto será o reajuste, que vai ser definido numa reunião da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que ocorrerá na próxima terça-feira, em Brasília.

O pedido da Celpe é três vezes superior a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 5,50% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O pedido de aumento de 15,85% incide sobre todas as receitas geradas pela Celpe na cobrança da conta de energia.

O percentual do reajuste será diferenciado para cada tipo de consumidor.

Nos últimos três anos, o aumento dos grandes clientes - como a indústria - foi maior do que o cobrado aos consumidores residenciais e isso ocorreu porque está sendo retirado o subsídio existente na conta dos grandes clientes.

O menor percentual do futuro reajuste deverá ser aplicado nos consumidores residenciais.

O parâmetro usado para reajustar a conta de energia é o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP/M) da Fundação Getúlio Vargas que foi de 9,10% nos últimos 12 meses.

A inflação do IGP-M é mais alta do que os outros índices que medem só a inflação, - como o INPC - porque ele inclui a variação de preços de mais produtos e serviços, enquanto o INPC faz um levantamento mais voltado para o consumo dos bens e serviços das famílias.

O pedido de reajuste feito pela empresa tem como maior impacto o Índice de Reajuste Tarifária (IRT) que ficou em 12,13%.

O IRT inclui os aumentos que ocorreram na compra da energia e outros componentes ligados a distribuição da energia.

Depois do IRT, os maiores impactos no pedido feito pela empresa ficaram com a compra da energia da Termopernambuco que tem um impacto de 1,422% e o Programa Luz Para Todos que teve um participação de 1,026% dentro do reajuste total reivindicado pela empresa.

O programa está fazendo ligações de energia na área rural do Estado.

Já a energia comprada da Termopernambuco é mais cara do que a energia gerada por hidrelétricas.

O aumento pedido pela Celpe também inclui um resíduo que sobrou da revisão tarifária de 2005, que dividiu mais de 8% de reajuste para os anos de 2006, 2007 e 2008.

A revisão tarifária, como o nome diz, substitui o reajuste anual e ocorre a cada quatro anos.

No próximo ano, haverá uma revisão tarifária nas contas da Celpe.

A Celpe não quis se pronunciar sobre o percentual até que a Aneel decida o reajuste.

Já a assessoria da Aneel informou que os seus técnicos não comentam qualquer informação sobre o reajuste até que ocorra a reunião que vai definir o novo aumento.

O reajuste da conta de energia ocorre anualmente.

MODICIDADE O presidente do Grupo Neoenergia, Marcelo Correia, disse, em entrevista coletiva, no início deste mês, que a modicidade tarifária vai chegar na conta dos pernambucanos no momento da segunda revisão tarifária, em 2009.

Modicidade tarifária é quando o custo da energia fica mais baixo para o consumidor final.

Em outubro próximo, a tarifa da energia deve cair, porque será retirada o RTE, segundo Marcelo Correia.

O RTE é um encargo do setor elétrico.

A retirada dele vai trazer uma redução de 2,9% na conta do consumidor residencial e 7,9% para as indústrias.