Por Edilson Silva* Os filiados do PSOL em Recife realizaram na noite de ontem, 17/04, plenária deliberativa para encaminhar resoluções relativas ao processo eleitoral 2008.

O fórum aconteceu em auditório da UNICAP, na Boa Vista.

O evento objetivou analisar o quadro político-eleitoral em Recife, eleger uma direção municipal para dar conseqüências práticas às conclusões políticas e também “bater o martelo” sobre o nome que encabeçará a chapa do PSOL à prefeitura do Recife.

As avaliações políticas deram conta de referendar, através de documento aprovado por unanimidade, as análises que vêm sendo externadas publicamente pelos dirigentes do PSOL.

Recife é uma cidade com graves problemas sociais, fruto de uma combinação de fatores, dentre os quais está um histórico de administrações que se sucederam governando de costas para o povo e de frente para as elites locais.

A atual gestão do PT mantém em essência a dinâmica estrutural de privilegiar os setores da cidade já favorecidos por suas condições sócio-econômicas, administrando em doses absolutamente insuficientes medidas de caráter paliativo aos segmentos mais necessitados da cidade.

As alianças recentes com setores da direita mais retrógrada, oportunista e oligárquica, aprofundam esta dinâmica.

Os setores políticos que se alinham no terreno da oposição a atual gestão, reivindicando gestões anteriores a esta, são responsáveis históricos pelas precárias condições da cidade e da população.

São representantes de grupos políticos e econômicos parasitários do estado, que disputam localização privilegiada na relação com este, não sendo, portanto, alternativa, mas sim um retrocesso no processo de avanço de consciência do povo da cidade.

Diante deste quadro, o PSOL deverá se apresentar como uma possibilidade de construção de um projeto político alternativo, não meramente eleitoral, buscando se aliançar com todos os segmentos da sociedade que se disponham a caminhar juntos na perspectiva de profundas reformas na cidade.

Neste sentido, o PSOL deverá se colocar na condição de vetor das demandas mais sentidas da cidade, através de porta-vozes diretos dessas demandas.

As candidaturas majoritária e proporcionais do PSOL buscarão encarnar diretamente o povo em seus setores minimamente organizados e em suas reivindicações e pontos de vista: a juventude pobre e negra das periferias da cidade; as comunidades e lideranças populares traídas pelo OP; os segmentos artísticos independentes; as classes médias inconformadas e conseqüentes; a intelectualidade militante; a esquerda socialista da cidade; os segmentos que fazem da ética e da democracia bandeiras de luta política; dentre outros.

O PSOL deverá, ainda, fazer o debate da sucessão municipal subordinado à necessária combinação com os fatores nacionais que compõem os problemas sentidos na cidade, e onde se localizam também parte significativa das soluções.

O fato do PSOL ser um projeto nacional, estruturado em todos os estados do país, encabeçado pela presidente Heloisa Helena, que é uma força eleitoral de grande relevância no país, é um elemento fundamental de toda a construção política que o PSOL pretende empreender nos municípios em geral e em Recife em particular.

Para capitanear estas tarefas, a militância do PSOL em Recife elegeu uma direção municipal à altura dos desafios, e que terá como Presidente um quadro de gabarito impecável, o engenheiro Alexandre Santos, que acumulará esta função com outras que já cumpre com esmero e competência.

Alexandre Santos é presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste, vice-presidente da União Brasileira de Escritores, coordenador do Fórum de Literatura do Recife, membro do Conselho de Cultura da Prefeitura do Recife, coordenador do Conselho de Ética do CREA/PE e vice-presidente da Associação dos Moradores do Pina, Boa Viagem e Setúbal.

A plenária municipal foi encerrada com a aclamação do nome de Edilson Silva para concorrer, em nome do PSOL, à prefeitura do Recife, oficializando e fechando questão sobre o tema, que deverá agora somente passar pela Convenção Municipal, em junho próximo, para cumprir as formalidades da Justiça Eleitoral.

O PSOL, assim, dá mais um passo em sua escalada pelo aprofundamento inadiável da democracia em nossa cidade.

Um próximo passo importante será dado na semana que vem, quando a presidente nacional do PSOL, Heloisa Helena, desembarca em Recife.

Heloisa Helena participará, no dia 24/04, às 19 horas, no Centro Social da Soledade, no bairro da Boa Vista, do lançamento da revista Socialismo, Liberdade e Poder Local, publicação que discute, com textos de vários dirigentes nacionais do PSOL, a problemática de governos socialistas na esfera de poder municipal.

Além da revista, Heloisa Helena estará instalando o Conselho Político da pré-candidatura de Edilson Silva e também abrindo o “Fórum Pensando Recife”, iniciativa do Conselho Político que visa organizar uma grande roda de diálogo na cidade, para ouvi-la e debater seus problemas e propostas de soluções.

O acúmulo deste processo será sistematizado, incorporado à plataforma eleitoral do PSOL e editado em forma de revista ao final de todas as etapas.

Nossa democracia, portanto, começa já na campanha. *Presidente do PSOL-PE e pré-candidato à Prefeitura do Recife, escreve para o Blog ás sextas, dentro da série “Recife 2008.

Debate com os prefeituráveis”.