Do Caderno de Cidades do JC A inesperada reação de um motorista ao presenciar um assalto, no cruzamento da Avenida Parnamirim com a Rua Sebastião Malta Arcoverde, no bairro de Parnamirim, resultou na morte de um bandido.

Os quatro tiros de pistola 380 que atingiram Wedson Santos Felipe, 18 anos, foram disparos, por volta das 13h de ontem, em um dos corredores viários mais movimentados da Zona Norte do Recife.

O assassinato do jovem ocorreu logo após ele ter roubado pertences do funcionário público federal Eduardo José Carneiro Leão, 45.

A polícia ainda não identificou o autor dos disparos, que fugiu após o crime.

Ao parar com o veículo no sinal de trânsito em frente à sede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o funcionário público foi surpreendido pelo ladrão com arma em punho. “Ele bateu com o revólver no vidro do carro e anunciou o assalto”, conta.

Eduardo Carneiro Leão relatou que pediu calma ao bandido e entregou celular, carteira e relógio.

Em seguida, com o semáforo já verde, a vítima arrancou com o automóvel. “Depois ouvi quatro disparos.

Olhei pelo retrovisor e vi o rapaz caído no chão.” Uma testemunha que passava de bicicleta pelo local do crime, informou à polícia que os tiros foram efetuados por um homem que dirigia um Celta prata, de placa não anotada. “O veículo estava logo atrás do carro que foi assaltado”, declarou o rapaz, que pediu para não ser identificado.

Após cometer o crime, o autor dos disparos dobrou à direita na Rua Sebastião Malta Arcoverde, e seguiu em direção ao Supermercado Carrefour.

Atingido por três tiros na coxa direita e um na cabeça, Wedson Felipe tombou sem vida na calçada lateral do Edifício Praia de Genipabu.

Ao lado do corpo, agentes da Força-Tarefa de Homicídios da capital encontraram o revólver calibre 38 usado no assalto.

Os artigos roubados foram localizados por peritos do Instituto de Criminalística (IC) dentro da bermuda do jovem.

Ao se deparar com o cadáver do filho estendido no chão, Rosélia Santos Felipe desesperou-se. “Tanto conselho que eu dei, meu Deus”, gritava a mãe, tentando se aproximar do corpo.

O pai de Wedson, o autônomo Edson Ferreira Felipe, 41, disse que já esperava esse desfecho. “Eu dava todo tipo de conselho que um pai pode dar”, dizia, enquanto aguardava os trabalhos dos peritos.

Edson Ferreira revelou que o filho já havia sido apreendido duas vezes pela Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), sob acusações de vandalismo e posse de arma.