Nesta segunda-feira à noite, as centrais sindicais enviaram uma carta ao presidente Lula e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pedindo que o Copom, que está reunido hoje, não aumente a Taxa Selic.
Veja abaixo Carta na íntegra: O movimento sindical brasileiro quer que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa básica de juros em sua próxima reunião.
Exortamos o Banco Central, a quem o Copom é subordinado, a considerar outros fatores ao redor e repensar a estrutura do sistema de metas, extremamente conservadora.
A taxa de inflação permanece sob controle e ainda está bastante longe da margem extra de dois pontos percentuais além da meta, embora o Banco Central insista em afirmar o contrário.
As últimas altas de preços estão ligadas à demanda internacional de alimentos, e uma elevação de juros no Brasil em nada influenciaria tal movimento.
O mercado internacional, a partir dos Estados Unidos, está reduzindo as taxas básicas de juros – elevá-la aqui seria um contra-senso.
O fortalecimento do mercado interno brasileiro, observado ao longo dos últimos anos, tem sido nosso principal lastro contra a contaminação de economia pelos efeitos nocivos da retração norte-americana.
Estes são motivos suficientes para demover o Banco Central da idéia de elevar a taxa Selic, como tem sido especulado.
Há outros, até mais importantes que os já citados, mas que pertencem a um universo do qual o BC parece não fazer parte, pois até agora jamais deu ouvidos aos clamores dos trabalhadores e do setor produtivo como um todo.
Juros altos beneficiam apenas o capital especulativo e atraem somente dinheiro volátil, sem compromisso.
Juros altos aumentam a dívida pública.
Juros altos seguem na contramão da produção, do crédito e do consumo.
Elevá-los ainda mais seria impor novos obstáculos ao desenvolvimento com distribuição de renda e valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.
Imporia redução no ritmo de geração de empregos.
Elevaria o valor das prestações de produtos que o trabalhador deseja e precisa comprar.
A imensa maioria do Brasil não quer juros básicos altos.