O diretor de Operação da Chesf, Mozart Bandeira, confirmou agora há pouco em entrevista ao Blog que duas unidades geradoras da Hidrlétrica de Xingó, na divisa de Alagoas e Sergipe, foram paralisadas em função de um incêndio ocorrido em um transformador na noite da última quarta (9).

Bandeira ressaltou, no entanto, que o problema não prejudicou o fornecimento de energia para o Nordeste, por conta da interligação existente com o próprio sistema Chesf (onde se incluem as usinas de Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso, por exemplo) e com o sistema interligado nacional, que pode trazer energia gerada no Norte e no Sudeste do País. “Não houve falta de energia para nenhum cidadão nordestino.

Ninguém sequer percebeu o problema”, disse o diretor de Operação da estatal.

Segundo ele, a carga média do Nordeste é de 7.500 megawatts.

Xingó tem 3 mil megawatts de capacidade instalada, sendo 500 megawatts por geradora.

Como três máquinas estão paradas, duas em função do incêndio e uma terceira que já estava em manutenção, a usina opera no momento com metade de sua capacidade.

Mas a Chesf tem cerca de 10,6 mil megawatts instalados em todas as suas usinas.

Além disso, a capacidade do sistema interligado nacional é de 3,6 mil megawatts.

Há portanto, de acordo com Mozart Bandeira, um excedente que garante o fornecimento de energia mesmo com os problemas em Xingó.

EXPLOSÃO O incêndio ocorrido na noite da última quarta na hidrelétrica aconteceu por uma falha no isolamento de um dos transformadores da máquina 5.

Houve inclusive uma explosão, que acabou danificando o barramento (cabos) da máquina 6.

O fogo foi controlado duas horas depois pela própria brigada de incêndio da companhia.

Mas os Corpos de Bombeiros de Paulo Afonso (BA), a 80km da usina, e Delmiro Gouveia (AL), distante 45km, também foram acionados e acabaram trabalhando no rescaldo do incêndio.

A casa de máquinas de Xingó fica do lado de Sergipe, no município de Canindé do São Francisco.

Mozart Bandeira se deslocou para Xingó na quarta e retornou ao Recife na sexta.

De acordo com ele, os equipamentos estão segurados, mas não será necessária a substituição das geradoras.

O transformador que apresentou problemas poderá ser trocado.

Ele contou ainda que a explosão e o incêndio não procaram vítimas.

E afetaram apenas equipamentos.

Os prejuízos estão sendo calculados.

O diretor acredita que a unidade geradora que já estava em manutenção deve voltar a operar dentro de 15 dias.

Para as duas máquinas paralisadas por causa do incêndio o prazo é maior: 30 a 60 dias.

Ele negou que o problema tenha ocorrido por falta de manutenção nos equipamentos da usina.

Bandeira explicou inclusive que, no caso dos transformadores, a manutenção preventiva é feita a cada três meses.

No transformador que teve problemas no isolamento e incendiou, a última foi feita em janeiro.

VOLUME NORMAL Mesmo antes do incêndio da última quarta, Xingó já estava operando com quatro de suas seis turbinas.

Uma estava parada por causa de manutenção e outra porque não havia necessidade de colocá-la em funcionamento.

Trabalhar com quatro geradoras em Xingó é considerado normal, segundo Mozart Bandeira.

No momento, o chamado “equivalente Nordeste”, que é o volume de água armazenada em todos os reservatórios da Chesf, está acima dos 75% devido às chuvas do final de março e início de abril.

Atualizada às 14h34.