Por Bruna Serra e Joana Rozowykwiat Da editoria de Política do JC O perfil pouco agregador do pré-candidato do PT à Prefeitura do Recife, João da Costa, vem causando irritação nos partidos que têm sido procurados pelo prefeito João Paulo (PT) para compor o palanque petista.

Em conversas reservadas, o governador Eduardo Campos (PSB) teria pedido cautela ao prefeito, temendo que sua precipitação gerasse uma debandada geral dos aliados mais adiante.

Interlocutores do Palácio afirmam que o governador teria acendido o sinal de alerta depois de ter identificado problemas nos últimos dias.

Segundo eles, João da Costa falha ao não procurar, ele mesmo, os partidos para dialogar.

Esse teria sido um dos motivos do adiamento da formalização do apoio do PTB e do PDT.

Fontes garantem que a irritação está surgindo porque o atrativo para uma aliança com o PT não é o próprio candidato e sim João Paulo, a Prefeitura e a máquina administrativa.

E que João da Costa estaria à margem, deixando tudo para ser combinado por terceiros.

Outra crítica é a que as coligações proporcionais estariam sendo negociadas, exclusivamente, com os dirigentes estaduais das legendas e não com os próprios vereadores, enfraquecendo assim os acordos firmados para o palanque petista.

Por fim, o governador teria se mostrado apreensivo com o fato do prefeito e do secretário não estarem dialogando com as lideranças dos partidos aliados no interior.

João da Costa se defende dizendo que tem procurado negociar com os comandos dos partidos, mas há situações específicas que, segundo ele, devem ser resolvidas em outras instâncias. “Se alguma liderança quer ser procurada, individualmente, que se resolva nas instâncias partidárias”dispara.

O perfil de João da Costa, considerado um candidato “pouco convicente”, estaria sendo usado também para barganhar com o prefeito apoios em cidades do interior, onde a legenda não tem tanta força política.

Fontes ligadas ao Palácio dizem que se o petista não tivesse essa “deficiência”, isso não aconteceria.

Por isso que, hoje, as pessoas não chegam para apoiá-lo de graça.