Em nome da bancada do PT, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) apresentou nesta quarta-feira protesto contra a criação de CPI para investigar o uso dos cartões corporativos formada apenas por senadores. “A racionalidade perdeu lugar para a emoção e isso afeta o Senado, uma das instituições mais respeitáveis da República”.

A declaração foi no início da reunião da CPI mista dos Cartões, para ouvir o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.

Na avaliação do deputado Paulo Teixeira não faz sentido uma outra CPI com o mesmo objeto de apuração, para ouvir as mesmas pessoas e analisar os mesmos documentos. “Isso é desperdício de dinheiro público, uma vez que esta CPI mista já está avançando nos trabalhos, já aprovou vários requerimentos e já realizou várias oitivas, sem falar na quantidade enorme de documentos que já estão a disposição de deputados e senadores”, afirmou.

A leitura do requerimento que pede a criação da CPI foi lida na noite desta terça-feira (8) no plenário do Senado.

A atitude da oposição de insistir na criação da comissão, na opinião do deputado Paulo Teixeira, demonstra que o PSDB e o DEM (ex-PFL) querem fazer a disputa política e vêem a CPI como palanque.

Acordo – O deputado ressaltou ainda que a oposição está descumprindo um acordo firmado com a base aliada.

Pelo acordo, o governo abriu mão de ter a presidência da CPMI dos Cartões, um direito regimental - para que as investigações sobre o tema fossem realizadas apenas por uma comissão mista. “Quem perde com isso é a população uma vez que senadores participando de duas CPI significa menos votação de projetos importantes para a nação”, conclui.

Sigilo - O diretor-geral da Abin afirmou em seu depoimento que o sigilo dos gastos da Presidência da República é necessário para a segurança do presidente. “O melhor é que sejam mantidos os atuais procedimentos, já que o presidente, o vice-presidente e seus familiares não podem estar expostos a situações de ameaça.

Paulo Lacerda informou que o orçamento da Abin em 2007 foi de R$ 69 milhões.

Desse total, R$ 11,7 milhões foram gastos sigilosos.

Além disso, o ano de 2007 foi considerado atípico por causa da realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio.