Da Folha Online O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), confirmou nesta terça-feira que será lido hoje o requerimento que propõe a CPI dos Cartões exclusiva na Casa.
A decisão foi tomada depois de uma reunião de duas horas conduzida por ele com líderes da oposição e da base aliada.
Garibaldi convocou a reunião para tentar um consenso entre oposição e governo e evitar a criação da nova CPI.
Vencido na disputa, Garibaldi disse que não acredita numa apuração integral quando há duas comissões investigando o mesmo assunto no Congresso. “Isso contraria qualquer pessoa de bom senso.
Qualquer pessoa de bom senso concluirá que uma CPI precisa ter tranqüilidade para apurar.
Eu faço pouca fé nesse trabalho.
Vou ler o requerimento em respeito à Constituição e ao acordo”, afirmou após a reunião.
No almoço realizado na casa de Garibaldi, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apelou para que a oposição recuasse na decisão de criar uma nova CPI.
Na conversa, Jucá ressaltou que houve um acordo entre a base aliada e os oposicionistas para formar uma CPI dos Cartões no Congresso.
No entanto, a oposição insistiu para ser criada a nova comissão. “A leitura é regimental.
Eu entendo que essa nova CPI quebra o acordo e o entendimento anterior sobre os cargos acaba”, afirmou Jucá.
Disputa A nova CPI a ser criada no Senado já começa deflagrando uma disputa de poder entre oposição e integrantes da base aliada.
Os governistas avisam que não vão abrir mão de os dois cargos –presidente e relator– na comissão. “É um problema a mais.
O acordo anterior não vale para a CPI do Senado e o clima continua azedo”, afirmou o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO).
Já o líder da minoria, Demóstenes Torres (DEM-GO), que falou em nome da oposição, disse que os oposicionistas fazem questão de indicar o presidente ou o relator da CPI a ser criada. “Nós vamos resistir à pressão do governo.
Exatamente como da outra vez.
Vamos ter um dos cargos”, disse o democrata.
Jucá afirmou que a tendência é de o PMDB e o PT ocuparem a presidência e a relatoria da CPI exclusiva do Senado.
Independentemente da disputa, Garibaldi disse que está preocupado com os desdobramentos das atividades nas duas CPIs, uma vez que os governistas prometem esvaziar a comissão exclusiva do Senado e os oposicionistas pretendem fazer o mesmo na CPI do Congresso. “Estou acumulando reservas de paciência e tranqüilidade porque acho que o final dessa novela pode ser feliz”, disse Garibaldi.