Por Isaltino Nascimento Na Wikipédia, o termo diversidade é denominado como respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.

A enciclopédia diz ainda que a idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade.

E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. É neste conceito que estão inseridas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, que em sua essência são pessoas iguais aos heterossexuais, embora muitos rechacem esta idéia.

E por isso mesmo merecem a compreensão e o respeito da sociedade, além de políticas públicas que os beneficiem, como foi discutido na I Conferência Estadual LGBTTT, realizada no Recife, no último final de semana.

Tive oportunidade de participar no evento dos debates realizados sobre o segmento, o qual dou apoio desde que fui candidato a vereador, em 2000.

E reputo a conferência como um grande marco para a busca em garantir a cidadania a este público sempre tão discriminado.

Além disso, serviu para abrir espaço específico de discussão sobre o segmento no Governo do Estado, reunir propostas para balizar ações municipais e contribuir com pautas para a Conferência Nacional LGBTTT, a ser realizada em junho próximo, em Brasília.

Entre as propostas discutidas e referendadas pela conferência está a criação de uma coordenadoria ligada ao gabinete do governador Eduardo Campos, que funcione nos moldes da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Com a função de fazer a interface de políticas públicas voltadas ao segmento homossexual entre as diversas secretarias do Estado.

Desta forma, será possível propiciar ações governamentais intersetoriais e de melhor efetividade.

Outra sugestão tirada na conferência foi a de construir uma lei que puna a homofobia em Pernambuco.

Estas e outras idéias reunidas em documento foram encaminhadas ao Governo do Estado e serão levadas para debate na conferência nacional, que pretende avaliar e propor estratégias para fortalecer o Programa Brasil sem Homofobia, do governo federal.

Mostrando que Pernambuco sempre se coloca na vanguarda das discussões sobre os direitos humanos, como o faz também em relação aos jovens, mulheres, negros, índios, entre outros.

A criação de políticas públicas para o segmento deve ser uma preocupação não apenas da sociedade organizada, mas da classe política como um todo.

E como estamos às vésperas de eleições municipais, não é demais chamar a atenção de prefeituráveis e candidatos a vereadores para a temática.

Afinal, os municípios devem estar preparados para avançar no combate à discriminação contra homossexuais.

Historicamente este é um público que sofre preconceito, que se manifesta de diversas formas: ora pela homofobia que se concretiza na violência, seja física ou moral; ora pela negação do reconhecimento à diversidade sexual.

Por isso vale lembrar os múltiplos significados de diversidade.

Democracia também pressupõe tolerância mútua.

PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.