Braço direito de ministra vai para Conselho Fiscal do BNDES Responsável por coordenar a montagem do dossiê com informações sigilosas sobre gastos da família FHC, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, vai assumir nos próximos dias uma vaga no Conselho Fiscal do BNDES, o que lhe garantirá renda extra de R$ 3.500 para participar de uma reunião por mês.

A vaga é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mas a Folha apurou que a sugestão do nome dela partiu da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), de quem Erenice é a principal subordinada.

A indicação também tem a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe nomear os conselheiros.

Nos últimos três dias, a Folha buscou confirmar com a Casa Civil, o BNDES e o Desenvolvimento quando foi feita a indicação.

Não obteve resposta.

A secretária entrará na vaga de Cesar Acosta Rech.

O mandato é de dois anos.

O Conselho Fiscal do BNDES tem três representantes.

Dois são indicados pelo Desenvolvimento e outro, pela Fazenda.

Além do salário de R$ 3.500 para participar de uma reunião por mês, os conselheiros também recebem reembolso das despesas de locomoção e hospedagem -as reuniões são no Rio.

A atribuição do conselho é analisar as contas do banco.

Na Casa Civil, o salário de Erenice é de cerca de R$ 8.400.

Ela também está no conselho de administração da Chesf, com salário de R$ 2.500, desde 2005.

Erenice integrava o Conselho Fiscal da Petrobras, mas seu mandato se encerrou agora em abril e não será renovado.

Para a oposição, o governo tenta fortalecer Erenice porque a sua demissão seria confissão de culpa. “Isso [a indicação] mostra como ela é de confiança e como há preocupação com ela no governo.

A participação nesses conselhos é uma forma de aumentar o salário de alguns servidores.

Ela deveria é ser demitida e não receber “promoção", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

A Folha procurou Erenice por meio de sua assessoria, mas ela não se manifestou.

Da Folha de São Paulo