“O médico só chegou depois” Do Caderno de Cidades Revoltada, a dona de casa Maria José de Lira, 20 anos, acusa a Policlínica Dr.
Jamaci de Medeiros de ser responsável pela morte da filha, Larissa Silva Correia da Fonte, 2, vítima de um choque elétrico.
Ela garante que a menina chegou com vida ao centro de saúde e faleceu por falta de atendimento médico.
Em entrevista, Maria José afirmou também ter sido coagida para não fazer denúncias.
JC – Como foi o acidente com sua filha?
MARIA JOSÉ DE LIRA – Ela foi tirar o ventilador da estante.
O aparelho caiu, ela pegou no motor e levou o choque.
A gente desligou a energia, pegou ela e trouxe para cá.
JC – Como foi o atendimento quando vocês chegaram à policlínica?
MARIA JOSÉ – A gente chegou aqui às 7h30.
O médico só chegou às 9h, duas horas depois.
Quem socorreu minha filha foram as três enfermeiras.
Não tinha médico na hora.
As enfermeiras deram massagem e mandaram sair da sala.
Depois disseram “sua filha morreu, mãe”.
Só depois é que chamaram o médico.
JC – Eles só disseram isso?
MARIA JOSÉ – Depois que tudo aconteceu, veio uma assistente social e me perguntou: “Você quer o pagamento do enterro da criança para ficar calada?” Eu não quero nada. É minha filha. É um pedaço de mim.
JC – O que a senhora espera que seja feito agora?
MARIA JOSÉ – Eu quero justiça.
Quero justiça.