Do site do MPPE Foram três anos e onze meses de espera, mas nesta sexta-feira (4) a Justiça começou a ser feita contra os assassinos do promotor de Justiça Rossini Alves Couto, morto em maio de 2005 na cidade de Cupira.

Depois de 22 horas de julgamento, foram condenados por homicídio triplamente qualificado o ex-policial militar José Ivan Marques de Assis e o comerciante Silvonaldo Leobino da Silva.

O primeiro foi considerado culpado pelo júri à unanimidade (7 votos a zero) e cumprirá 24 anos de prisão.

Já a pena arbitrada a Silvonaldo foi de 20 anos, com votação do júri em 6 x 1.

Familiares e colegas de trabalho se emocionaram com o anúncio da sentença que para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) simbolizou a luta institucional contra a impunidade. “Foi feita justiça”, afirmou o procurador-geral Paulo Varejão, que acompanhou o final do julgamento e o anúncio da sentença no salão do Júri do Fórum Thomaz de Aquino. “Embora a pena não represente nada em comparação com a vida ceifada, estas condenações não deixam de ter sua simbologia para o Ministério Público, porque inibem quem porventura tenha hoje a intenção de atentar contra um promotor de Justiça”, completou.

Varejão também lembrou da competência de Rossini. “Perdemos um excelente quadro; a família perdeu um excelente pai e nada disso será jamais reparado, mas esta justiça era tudo o que poderíamos esperar”, concluiu.

A sessão do júri foi encerrada exatamente às 20h23 pelo juiz Pedro Odilon de Alencar Luz.

Na sentença, o magistrado citou os outros crimes pelos quais José Ivan vinha sendo investigado e ressaltou a frieza e objetividade com que preparou o assassinato de Rossini, argumentos defendidos exaustivamente pelos três promotores de acusação: Ricardo Lapenda, André Rabelo e Fabiano Saraiva.

Durante o julgamento, eles esmiuçaram os oitos volumes do processo e apontaram sistematicamente todas as falhas no álibi dos réus (que alegaram estar em Caruaru no momento do crime), além dos motivos que os levaram a matar o promotor de Justiça.

Rossini Alves Couto atuava em Panelas e Lagoa dos Gatos quando foi assassinado.

No momento do crime - por volta das 14h10 do dia 10 de maio de 2005 -, ele almoçava com um amigo no Restaurante Tropical, ao lado do Fórum de Cupira, como costumava fazer todas as terças-feiras.

Os advogados de defesa anunciaram que vão apelar e, como as penas ultrapassaram os 20 anos, os dois réus terão direito a um segundo julgamento, também em júri popular.

A data ainda será marcada pela Justiça.