Após várias tentativas de negociação com a Secretaria de Saúde (desde 31/08/2007) e fracassadas tentativas de audiência com o prefeito Lula Cabral, os médicos que trabalham nos serviços de ambulatórios, do Programa de Saúde da Família (PSF) e os diaristas resolveram realizar uma paralisação de protesto de 48 horas – segunda e terça-feira da próxima semana - contra o que chamam descaso da atual gestão municipal.
Hoje, eles ganham R$ 1.351,59 e reivindicam a equiparação do salário-base dos plantonistas (R$ 1.973,01) e melhores condições de trabalho.
De acordo com a categoria, todos os Postos do Programa de Saúde da Família [PSF] do município e cerca de 80% dos ambulatórios estão paralisados desde a última terça-feira.
Durante esse período, a categoria médica atendeu apenas aos casos mais graves que chegam às emergências das unidades de saúde.
O clima de insatisfação foi o tom da categoria em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, dia 4, no auditório do Sindicato.
De acordo com o presidente do Simepe, Mário Fernando Lins, a entidade já encaminhou dois ofícios para a Secretaria de Saúde do município com cópia para o gabinete do prefeito e até hoje não houve resposta. “A falta de diálogo fragiliza o sistema público de saúde, comprometendo gravemente a assistência e o atendimento da população cabense” assinalou.
Outro problema apontado pelos médicos é a superlotação das unidades do Programa Saúde da Família daquele município na Região Metropolitana do Recife.
Segundo a Agência Nacional de Saúde, cada unidade pode atender de 600 a 800 famílias.
No Cabo de Santo Agostinho esse número foi duplicado. É necessário duplicar a quantidade de postos em cada comunidade.
As unidades que estão com as maiores demandas são: Gaibu [1.800 famílias], mais do que o dobro do recomendado, e Santo Estevão 1.600 famílias, e Manoel Vigia 1.600 famílias.
Uma nova assembléia geral foi marcada para o dia 08/04/2008 (quarta-feira) às 19h, no próprio Sindicato dos Médicos, visando avaliar o movimento grevista.