De Veja Tentando tirar o foco da CPI dos Cartões da ministra Dilma Rousseff e da Casa Civil, de onde saíram os dados sigilosos sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os governistas adotaram uma manobra de ataque nesta quarta-feira.
Agora, eles acusam o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) de ter vazado as informações com o “objetivo eleitoral” de atingir Dilma.
O senador tucano reagiu imediatamente.
Disse que o governo tenta “intimidar” a oposição e “confundir a opinião pública” com a nova versão.
O dado apresentado pela oposição sequer é novo: no último dia 24, Dias já havia feito um discurso na tribuna do Senado revelando que tomara conhecimento do dossiê encomendado pelo governo contra o governo FHC.
No fim de semana anterior, reportagem de VEJA revelara os bastidores da ação do Planalto.
Em pronunciamento na tribuna nesta quarta, Dias negou ter divulgado as informações sobre gastos do governo FHC com o cartão corporativo. “Quem vazou está no Palácio do Planalto”, disse, segundo o jornal O Estado de S.
Paulo. “O que me cabe é cobrar do governo providências em relação a mais este escândalo”.
Assim mesmo, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), insistiu na tese contra Dias.
Chegou até a sugerir que o “banco de dados do Palácio do Planalto foi espionado”.
E pediu que a CPI ouça depoimento do tucano sobre o assunto.
As acusações surgem em um momento delicado para o Planalto.
Afinal, o próprio governo já reconheceu que os dados divulgados saíram de um computador da Casa Civil.
O governo prometeu apurar quem foi o responsável pelo vazamento.
Até agora, porém, segundo as autoridades, as investigações não teriam avançado.