Ao contrário do que possa parecer, esta notícia não tem nada a ver com a polêmica nascida com a declaração do assessor da Secretaria de Defesa Social, Joaquim Netto.
Trata-se de uma história real que envolve jornalistas e um bandido.
Ocorreu ontem, com os jornalistas Jailson da Paz (repórter) e Edvaldo Rodrigues (fotógrafo), do Diario de Pernambuco.
Eles foram assaltados em plena luz do dia, quando faziam matéria sobre a inauguração do novo trecho da Avenida Beira Rio, na Torre, numa das áreas de maior movimento do Recife.
Assaltos ali são constantes, a qualquer hora do dia ou da noite.
Eu mesmo já vi um senhor ser roubado enquando caminhava pela área de cooper.
Quase sempre, os bandidos abordam de bicicleta.
Peço licença para transcrever o que escreveu Jailson no DP de hoje: “Nem deu para perceber que se tratava de um assalto, a princípio.
O rapazote aparentando 20 anos, vestindo uma camisa de um clube de futebol europeu, aproximou-se da equipe do Diario em uma bicicleta.
Estávamos, eu e o repórter fotográfico Edvaldo Rodrigues, conversando com uma moradora da rua.
De voz baixa, mas de revólver em punho, anunciou o assultou.
Pediu celulares.
Entreguei o aparelho.
Ele, sem alterar a voz, pediu os relógios e outros objetos.
Somente aí, Edvaldo, envolvido com a produção da reportagem, e a entrevistada perceberam do que se tratava.
Edvaldo chegou a elevar a máquina fotográfica.
Por ironia, o ladrão disse que não queria levar a máquina, pois “era seu objeto de trabalho”.
Depois, partiu tranquilo pela Ponte da Torre.
E olhando para trás.” Com a mesma máquina que o ladrão negou-se a levar, Edvaldo ainda fotografou o rapaz quando esse se distanciava, calmamente, levando os pertences.
Bem, eu prefiro lidar com os jornalistas do que com os bandidos.
Com bandido não tem diálogo.
Quem vai discutir com o revólver?