Do Comunique-se O conflito na Brasil Telecom pelo controle gestor teve seu fim, com o acordo entre o Citibank, os fundos de pensão e o Banco Opportunity, de Daniel Dantas, para consumar a compra da concessionária de telefonia para Oi (ex-Telemar) – a negociação depende da aprovação, em consulta pública, de uma mudança no Plano Geral de Outorgas (PGO) na Anatel.
A paz, contudo, não chegou aos jornalistas, que continuam se acusando por uma suposta atuação a favor de Dantas na época da disputa pelo controle da Brasil Telecom e de seu ex-sócio, Luiz Roberto Demarco.
Desde que iG, mantido pela Brasil Telecom, rompeu contrato com Paulo Henrique Amorim, o jornalista passou a empreender uma campanha contra jornalistas por supostamente atuarem a favor de Dantas na disputa pela gestão da BrT, no blog hospedado por uma empresa de Demarco.
Cita apenas nominalmente, sem apresentar qualquer documentação, os jornalistas Leonardo Attuch, da Revista IstoÉ, e Lauro Jardim, da Veja.
Apenas demonstra documentos supostamente verdadeiros contra site extinto NoMínimo e o jornalista Márcio Chaer, do Consultor Jurídico.
Attuch nega ligações com Dantas.
Informa apenas haver descoberto que a Operação Chacal tinha interesses comerciais: “No início dessa história, houve a Operação Chacal da Polícia Federal contra duas empresas: Kroll e Opportunity.
Quando 99% da imprensa embarcou no linchamento, eu fui contra a corrente e disse que não se tratava de uma operação policial qualquer, mas sim de uma operação comercial, de tomada de controle de uma empresa, a Brasil Telecom, com uso da força policial.
Não se trata aqui de proteger ou acobertar ninguém, mas apenas de noticiar os fatos conforme eu os interpreto”.
Jardim disse que não se pronunciaria.
Flávio Pinheiro, ex-editor de NoMínimo e diretor de redação do Estadão no Rio, também não retornou às ligações.
A denúncia era a de que NoMínimo, patrocinado pela BrT, também cobriria os fatos com o olhar de Dantas.
Mas Paulo Henrique Amorim não apresentou nenhuma prova neste sentido.
Contra Chaer, do Consultor Jurídico, a denúncia é um documento de proposta comercial para a Brasil Telecom para que o site Consultor Jurídico fizesse uma “estratégia de comunicação” a favor da empresa, incluindo os objetivos de “desestimular ajuizamento de ações contra a Companhia e (…) novas demandas contra a empresa.” Segundo Márcio Chaer, a proposta da Dublê, hoje Original 123, que mantém o site Consultor Jurídico, feita há cinco anos sem o retorno da Brasil Telecom, é “regular e profissional”.
Sobre os pontos “formar o convencimento do juiz” e “desestimular ajuizamento de ações contra a Companhia”, diz que o objetivo é informar aos advogados e à população em geral a respeito de ações cujo argumento não tem precedentes na área jurídica, para evitar a “tonelada de ações” na Justiça.
O jornalista cita como exemplo a tarifa básica de telefonia. “Se juízes e advogados forem informados que não há jurisprudência sobre esse ponto (da tarifa básica da conta de telefone), decidirão em 1ª instância e desafogarão a Justiça.” A respeito de apresentar a “predominância de vitórias da Brasil Telecom nas disputas em que a empresa é demandada”, Chaer afirma que falar das vitórias não é “dar razão onde a empresa não tem”.
Sobre PHA e Demarco O jornalista Paulo Henrique Amorim informou na segunda-feira (31/03) que a hospedagem de seu novo blog deu-se por sugestão de seu amigo, Luiz Roberto Demarco.
Ex-sócio do Grupo Opportunity, Demarco é acusado por jornalistas de protagonizar uma campanha contra Daniel Dantas na imprensa brasileira, contra o Opportunity no controle da Brasil Telecom.
A afirmação de que seu blog tem a influência de Luiz Roberto Demarco partiu de um leitor de Diogo Mainardi, colunista da Veja.
Postado em seu podcast, em 25/03, com o título “Agora só o PT pode destruir o PT”, o jornalista diz: “diretor da Telecom Italia declarou em juízo que pagou um milhão de dólares a um parceiro de Paulo Henrique Amorim, Luiz Roberto Demarco”, com o objetivo de irromper uma guerra contra o empresário Daniel Dantas na imprensa.
Mainardi também fala sobre o domínio do blog de Amorim em sua coluna na Veja.
Segundo Mainardi, todas as informações foram apuradas. “Verifico tudo antes de publicar”, disse.
No blog, Paulo Henrique Amorim acusa Mainardi de “mentiroso”.
Diz que a sugestão de hospedagem foi mesmo feita por Demarco, mas que o provedor é DHC Outsourcing, em vez do servidor Nexxy.
Uma busca pelo domínio do blog de Amorim no site Domínio Br, indica com o código de identificação da Nexxy.
No site da empresa, verifica-se como dono Luiz Roberto Demarco.
O jornalista Paulo Henrique Amorim não quis comentar suas supostas ligações com Demarco e a possibilidade de influência comercial no seu texto jornalístico.
O empresário Luiz Roberto Demarco nega qualquer ligação com Paulo Henrique Amorim a não ser a amizade, surgida porque “ambos fomos criminosamente espionados pela Kroll a mando de Dantas”, que justifica: “Eu dei a mão a um amigo que fora violentado e que corria o risco de estar até hoje sem poder exercer o seu trabalho de jornalista.
Eu indiquei a Paulo Henrique Amorim o Data Center DH&C Outsourcing, do qual sou também cliente.” O blog de Paulo Henrique Amorim teria ficado no ar com o código emprestado pela Nexxy em caráter emergencial. “Para colocar um site novo no ar no registro.br você precisa de um ID (código de usuário) que demora entre 48 e 72 horas para ser obtido.
Assim, emprestamos um ID da nexxy para que o Paulo Henrique pudesse subir seu site na internet em uma emergência, e continuasse a trabalhar”, disse.
Sobre as acusações de que Demarco poderia estar por trás de uma campanha contra Dantas na imprensa, o empresário respondeu Que jornalistas me acusam?
Eu gostaria de saber porque há uma enormidade de jornalistas que são diretamente ligados ao Opportunity e ao Daniel Dantas, por razões que cabem a eles explicarem." Perguntado novamente se tinha alguma relação com jornalistas, disse ser apenas uma \boa fonte: “Eu não tenho nenhum envolvimento com jornalistas além de ser uma boa fonte pelo meu protagonismo em uma batalha vitoriosa e respaldada por decisões judiciais documentadas.
São as sentenças que falam contra Dantas, não eu.” O advogado de Daniel Dantas, Nélio Machado, também foi procurado pelo Comunique-se, mas não foi encontrado.