Cinco dias depois de ter proferido uma frase para lá de infeliz, no mínimo, durante um seminário sobre mídia e violência, o assessor de Comunicação da SDS, Joaquim Netto, enviou ao Sindicato dos Jornalistas uma explicação oficial sobre a polêmica.
Veja abaixo: Recife, 02 de abril de 2007 Ao Presidente do Sindicado dos Jornalistas de Pernambuco Airton Maciel Senhor presidente, Escrevo para relatar que estou sendo vítima de uma campanha sórdida, que visa atingir não apenas a mim, mas à instituição para a qual trabalho.
Como é do seu conhecimento, o mote da campanha é a suposta declaração que teria feito, durante participação em debate do II Fórum Anual de Segurança Pública, especificamente na mesa Redonda Mídia e Segurança Pública, na qual também tomou parte o jornalista Jorge Barros, de O Globo, que falou sobre o antagonismo entre jornalistas de assessoria e os que militam nas redações.
Apregoam os responsáveis pela campanha que eu teria agredido a categoria profissional dos jornalistas, comparando-a com bandidos.
Ou seja, dizem que eu teria ofendido os jornalistas e, em última instância, a mim próprio, jornalista que sou, com muito orgulho.
Procuram os responsáveis pela campanha me desacreditar como profissional e me indispor com meus colegas de trabalho, utilizando-se para isso do velho e odioso expediente de descontextualizar uma frase para usá-la com o propósito claro de confundir e enganar a boa fé das pessoas.
Pior do que isso, tentam me aniquilar pessoalmente, destruindo meu nome e minha imagem profissional.
A frase a mim atribuída, de que “às vezes é mais fácil falar com bandidos do que com alguns jornalistas”, jamais foi pronunciada desta forma.
Ela foi extraída e deturpada a partir de uma resposta que dei ao jornalista Carlos Eduardo, do Blog PEBody Count, em questionamento específico sobre gestão de crises.
Está claro que não comparava nem criticava os jornalistas enquanto categoria, mas ressaltava dificuldades específicas de, num contexto crítico, estabelecer um relacionamento baseado na confiança mútua com alguns jornalistas em particular.
Portanto, não falava de todos, mas de alguns profissionais com os quais tive de conviver em momentos críticos de minha atuação como assessor de imprensa.
Com relação a estes profissionais, exclusivamente a estes, disse e repito, que tive mais dificuldade para obter o cumprimento da palavra empenhada do que, por exemplo, com alguns líderes de rebeliões em processo de negociação.
Aliás, não disse nenhuma novidade. É óbvio que, assim como existem médicos, policiais e professores que erram ou não honram compromissos assumidos, também existes jornalistas, como o mais corporativista dos colegas é forçado a reconhecer.
A generalização, a mim atribuída, é da responsabilidade única de quem a cunhou e difundiu.
Não fiz neste nem em nenhum outro momento de minha vida afirmações desta natureza, porque respeito os limites éticos da profissão que escolhi.
Como disse, sou jornalista profissional há muitos anos.
Comecei no Jornal do Commercio, em 1972, ainda estudante de Jornalismo, curso que concluí na Unicap em 1975.
Além do JC, trabalhei na TV Jornal, no Diário de Pernambuco e na Rádio Olinda.
Em 1977 ingressei na Polícia Federal e lá exerci a função de assessor de imprensa (portanto, atuando como jornalista) por muitos anos, sempre honrando a profissão, como muitos com quem convivi podem testemunhar.
Como este histórico profissional demonstra, apenas a má fé e a intriga dão respaldo a quem quer me fazer passar por inimigo da imprensa e dos colegas jornalistas.
Desta forma, repudio de forma veemente o aproveitamento pouco ético do que disse e reafirmo minha fé inabalável no Jornalismo como instrumento a serviço da verdade.
Colocando-me à disposição para qualquer esclarecimento que julgue necessário, reafirmo votos de estima e apreço.
Atenciosamente Joaquim Netto Assessor de Comunicação da SDS diz ser melhor falar com bandidos do que com jornalistas Repórter JC também cobrou fala de Evaldo Costa hoje Em nota, OAB critica assessor da SDS, para quem é preferível tratar com bandido do que jornalistas Deputados da oposição condenam declarações de assessor da SDS sobre jornalistas