Do site do MPPE Todo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estará mobilizado nesta quinta-feira (3) para acompanhar o julgamento dos dois homens acusados de matar o promotor de Justiça Rossini Alves Couto, crime ocorrido na cidade de Cupira em 2005.

O procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, já emitiu portaria liberando todos os promotores de suas atividades para que possam presenciar o julgamento, que acontece na 3ª Vara do Júri da Capital a partir das 9h (Fórum Thomaz de Aquino, no Recife).

O próprio procurador-geral estará no local para acompanhar de perto o desenrolar do júri.

O salão do júri tem capacidade para 150 pessoas, mas haverá um telão montado no salão anexo para transmitir o julgamento caso a capacidade do primeiro espaço seja esgotada.

A Assessoria de Comunicação do MPPE também estará acompanhando o julgamento e atualizando as informações em tempo real no site da instituição.

Durante o júri, a acusação será feita pelos promotores de Justiça Ricardo Lapenda e André Rabelo (ambos da 1ª Vara do Júri da Capital) e Fabiano de Araújo Saraiva (de Cupira).

O julgamento será conduzido pelo juiz Pedro Odilon de Alencar Luz.

A expectativa é de que a sessão se encerre na madrugada da sexta-feira.

Histórico Rossini Alves Couto foi morto no dia 10 de maio de 2005 com cinco tiros na cabeça e pescoço enquanto almoçava no Restaurante Tropical, localizado ao lado do Fórum de Cupira.

Os tiros foram disparados pelo ex-policial militar José Ivam Marques de Assis, que chegou ao local em uma motocicleta dirigida pelo amigo de infância, Sivonaldo Leobino da Silva.

Rossini – que na época era promotor das cidades de Panelas e Lagoa dos Gatos– chegou a ser socorrido ao hospital local, mas morreu minutos depois.

Além de efetuar os disparos, José Ivam foi o mentor do crime.

Desde junho de 2004 ele havia sido excluído da Polícia Militar em decorrência de crime de tortura na comarca de Agrestina, denúncia apresentada pela promotora Sara Souza Silva, esposa de Rossini.

José Ivam foi então trabalhar em Cupira e acabou representado também por Rossini Alves Couto por intermediar a soltura de presos da cadeia local mediante pagamento em dinheiro.

Na época, José Ivam havia impetrado um mandado de segurança para retornar aos quadros da PM e enxergava em Rossini um obstáculo a este objetivo.

As investigações apontaram que o crime foi cuidadosamente planejado por José Ivam e Sivonaldo.

A moto em que os dois chegaram ao restaurante foi comprada 11 dias antes do crime e o emplacamento providenciado apenas no dia seguinte ao assassinato.

A motocicleta foi vendida logo em seguida Os dois serão julgados por homicídio triplamente qualificado: vingança e eliminação de pessoa que representava obstáculo ao seu objetivo, meio capaz de provocar perigo comum (disparos em um restaurante onde haviam outras pessoas) e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na época em que foi assassinado, Rossini Alves Couto atuava no combate à corrupção e ao crime organizado nos municípios onde trabalhava.

Rossini havia ingressado do Ministério Público de Pernambuco em 1992.

Deixou esposa, também promotora de Justiça, e dois filhos.

Segurança – A atual gestão do Ministério Público de Pernambuco têm dado atenção especial à segurança dos promotores de justiça.

O procurador-geral Paulo Varejão já tratou do assunto pessoalmente com o secretário de Defesa Social e com o comando geral da Polícia Militar, que têm apoiado as solicitações da instituição quanto à segurança dos promotores.

Atualmente, há cinco membros do MPPE sob proteção da PM, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana.

Todos foram ameaçados em decorrência das atividades funcionais que desenvolvem em suas comarcas.

Neste contexto, a segurança é primordial para que possam continua o pleno exercício de seu trabalho como promotores, em especial no combate ao crimeorganizado e à corrupção.

O acompanhamento da PM é feito até que a ameaça seja dissipada.

Além da proteção, há a preocupação também de eliminar os focos de ameaça.

Quando um caso como este é comunicado por um promotor, a Assessoria Ministerial de Segurança Institucional aciona os órgãos competentes – principalmente os setores de inteligência da PM e da SDS – para que sejam tomadas as medidas cabíveis.