Por Isaltino Nascimento Nunca é demais lembrar o período de horror que o Brasil viveu sob a égide da ditadura militar, imposta a partir de 31 de março de 1964.
Até o ano de 1985, enquanto sobreviveu o regime ditatorial, experimentamos uma violenta repressão política, amparada pela Lei de Segurança Nacional.
Cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cessados.
Sindicatos receberam intervenção do governo militar, juizes foram aposentados e acabou-se com as garantias do habeas-corpus.
A tortura foi institucionalizada e martirizou a vida de quem ousou se contrapor à ordem vigente.
Tudo feito com a justificativa de evitar a influência de idéias socialistas, vistas como um mal para o mundo.
Faço questão de rememorar episódios tão tristes e vergonhosos para ressaltar o quanto é importante vivermos e lutarmos pela democracia.
O quanto é importante podermos nos reunir livremente para defender ideais e idéias nas quais acreditamos.
O quanto é importante experimentarmos crescimento econômico sustentado, com mais oportunidades, mais empregos, aumento da renda e de qualidade de vida.
Exatamente o contrário do período econômico artificial criado durante a ditadura militar, que parecia elevar o País, mas apenas serviu para ampliar o fosso entre a elite e os miseráveis.
Período no qual faltou acesso aos bens públicos, no qual a liberdade de expressão foi cerceada e punida. Época na qual o Nordeste e o Norte foram relegados, servindo apenas de exportadores de mão-de-obra barata.
Enquanto o eixo Sul-Sudeste era beneficiado, tudo com a conivência da elite nacional.
A luta dos intelectuais brasileiros, trabalhadores, religiosos, servidores públicos, profissionais liberais e tantos outros, muitos presos, mortos ou expulsos do País, não foi em vão.
Enfim, foi possível realizar eleições diretas, abrir as portas para o regime democrático, recuperar nossa auto-estima.
A democracia nos permitiu, inclusive, a ter um presidente operário, que está demonstrando que não veio ao poder para transformar o Brasil em um caos, mas em um país que já consegue caminhar com suas próprias pernas e abrir oportunidades de uma vida melhor para os seus cidadãos.
Cidadãos que podem protestar, criticar, cobrar.
Que têm consciência plena de seus direitos e deveres.
Que ainda não vivem em uma sociedade ideal, mas que lutam por ela a cada dia.
Cidadãos que vivem plenamente a democracia e não querem saber de ditadura nunca mais.
PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog.