A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou a composição do PIB para este ano, de acordo com o Informe Conjuntural, publicação trimestral, divulgada hoje no site da instituição (www.cni.org.br).
A CNI manteve a projeção do PIB de 2008 em 5%, conforme previa em dezembro passado, mas elevou a expectativa do consumo das famílias por conta do aumento da renda do brasileiro.
Para a CNI, as famílias deverão consumir neste ano 7,5% mais do que consumiram no ano passado.
Em dezembro, a instituição havia previsto que esse consumo seria 6,2% maior neste ano do que em 2007. “A revisão para cima no crescimento do consumo das famílias deve-se a uma expectativa mais favorável de crescimento da renda domiciliar, seja proveniente de salários, seja proveniente de transferência de renda do governo“, salienta o documento.
A CNI avalia que o crescimento da renda dos mais pobres se dará num ritmo mais acelerado do que entre os demais estratos e, por isso, ajudará no aumento do consumo das famílias, porque a “propensão ao consumo é bastante elevada” nesse segmento.
A indústria brasileira crescerá 5% neste ano, mesma previsão feita em dezembro passado pela CNI.
Além de ter de responder ao aumento do consumo das famílias, a indústria terá de recompor estoques. “Uma em cada quatro empresas industriais iniciou 2008 com o nível de estoques abaixo do planejado”, informa o documento.
Para a entidade, a indústria não vai liderar neste ano o avanço da economia como fez em outros anos de forte crescimento. “Isso porque parte importante da produção doméstica será substituída pelo aumento das importações”, avalia o documento.
Para a CNI, esse patamar de crescimento da indústria é “alto para os padrões recentes mas modesto para um cenário de expansão econômica”.
Segundo o Informe Conjuntural, o principal entrave para o crescimento do setor é o dólar desvalorizado. “Uma das razões para o menor crescimento da indústria é que o Brasil vem perdendo competitividade por conta da valorização do real”, diz o documento.
A CNI prevê uma taxa média de câmbio em R$ 1,72 neste ano, igual à previsão feita em dezembro.
No ano passado, a taxa média foi de R$ 1,95 e, em 2006, de R$ 2,18.
A formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos em capacidade instalada, deverá crescer 14% neste ano em relação a 2007, portanto sem alteração em relação à última previsão.
O emprego formal deverá continuar a crescer neste ano, de acordo com o Informe Conjuntural da CNI.
Segundo a instituição, a taxa média de desemprego deverá ficar em torno de 8,4% neste ano, 0,6 pontos percentuais abaixo dos 9% previstos no final de dezembro do ano passado.
Em 2007, o desemprego fechou em 9,3% da População Economicamente Ativa (PEA).
Ainda de acordo com o Informe Conjuntural, a CNI prevê para 2008 uma inflação de 4,7% medida pelo IPCA, ou seja, acima do centro da meta do Banco Central (BC), de 4,5%.
A projeção do final de 2007 era de 4,1% de inflação para este ano.
A CNI reviu também a participação do setor externo no PIB deste ano.
As exportações deverão atingir US$ 190 bilhões, ante projeção de US$ 175 bilhões em dezembro.
As importações, segundo a previsão da CNI, chegarão a US$ 165 bilhões, ante os US$ 140 bilhões previstos no final do ano passado.
O saldo comercial, então, deverá se manter nos mesmos US$ 25 bilhões previstos em dezembro de 2007.