Por falar em revolução econômica do andar de baixo, para usar a expressão de Gaspari, na semana passada, por pouco, muito pouco, o pessoal do Banco Matriz não publicou nos jornais locais um anúncio de boas vindas ao empresário mexicano Ricardo Salinas, dono da empresa de eletrodomésticos Elektra e do banco Azteca, que funciona nas próprias lojas, oferecendo crédito popular.
Operando já há oito anos no Estado, o último deles sob o controle do grupo paulista Sofisa, a empresa prestadora de serviços e produtos financeiros desistiu da idéia por não ter encontrado o tom mais adequado. “É o mesmo público.
Daqui a pouco, vamos ter os mesmos produtos.
Queremos ser uma referência em serviços financeiros.
Onde o cliente pode continuar pagando suas contas, com ou sem dinheiro, mediante a oferta de crédito popular”, diz o executivo.
Para pode oferecer mais serviços financeiros, o primeiro passo da empresa é ampliar o espaço físico, para atender o cliente interessado em comprar dinheiro.
Não dá para vender esse tipo de serviço com o sujeito em pé, numa fila. “Demos sorte.
Fomos o único setor que lucrou com o fim do jogo do bicho.
Nós conseguimos vários pontos que fecharam e vamos ampliar nossas lojas, de 20 metros quadrados para 40 metros quadrados”, promete.
Não foi por outro motivo que a financeira paulista arrematou o banco de pagamentos local, que já funcionou como correspondente bancário do Banco do Brasil.
A maioria do público que usa as lojas de pagamento de contas, cerca de 500 mil por mês, é formada justamente por pessoas das classes menos abastadas.
São feitas 1,5 milhão de operações por mês. “Para que se tenha uma idéia, a movimentação diária no recebimento dos pagamentos chega a R$ 12 milhões.
O dinheiro passa rápido por nossas mãos.
Como são pessoas humildes, elas pagam logo, para não gastar o dinheiro dos compromissos”, diz o executivo.