Da Agência Estado Mais de 600 famílias de trabalhadores rurais sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf-PE) ocuparam neste domingo (30) seis propriedades rurais em Pernambuco - cinco na região agreste e uma na zona da mata sul.

As ações marcaram o início da jornada por reforma agrária deste ano.

A meta é acampar, até 1º de maio, em 35 áreas localizadas nas regiões do sertão, agreste e zona da mata do Estado, com a participação de três mil famílias.

Os trabalhadores rurais estão decepcionados com a lentidão da implantação da reforma agrária no País, segundo o presidente da Fetraf-PE, João Santos.

Ele frisou que no ano passado a reforma agrária praticamente não andou no Estado, onde mais de 30 mil famílias - ligadas a 14 movimentos - estão “debaixo da lona”.

A Fetraf-PE conseguiu uma única desapropriação de terra e cinco vistorias de áreas reivindicadas. “Infelizmente a reforma agrária não sai do papel e a violência no campo tem aumentado em todo o País”.

Ele acredita que cabe aos movimentos sociais e aos trabalhadores sem-terra pressionarem o governo a cumprir com suas promessas. “A única saída para conseguir terra para o trabalhador e acabar com a violência contra eles é a reforma agrária”, defende ele.

A Fetraf-PE é responsável por 38 assentamentos - com 1.879 famílias - e 66 acampamentos, que somam seis mil famílias à espera de reforma agrária em Pernambuco.

Os números não incluem as ações iniciadas hoje.

De acordo com João Santos, embora a Fetraf use a expressão “ocupar” e “ocupação”, os sem-terra não invadem todas as propriedades enumeradas. “A gente entra na terra quando a característica de abandono é total”, explicou ele. “Quando tem gente, ficamos em acampamentos na frente da propriedade”.