Da Agência Estado O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) cobrou hoje esclarecimentos da ministra Dilma Rousseff sobre a denúncia da \Folha de S.

Paulo\ de que teria partido da secretária-executiva da ministra, Erenice Guerra, a determinação para a organização do suposto dossiê sobre os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. “É certo que temos de saber porque ela, Erenice Guerra, fez o dossiê, quem pediu.

Mas de uma coisa não tenho dúvida: é a frigideira que o Palácio do Planalto montou para começar a fritar a Dilma”, ressaltou Heráclito, raciocinando que o vazamento do dossiê teria partido do “fogo amigo” para enfraquecer a eventual candidatura de Dilma à presidência em 2010. “Quem não pode prestar contas à Nação do uso do cartão feito num governo do qual é chefe da Casa Civil, tira-lhe também a autoridade para querer ser candidata à Presidência”, analisou Heráclito.

Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse ter informações de que pessoas do próprio PT teriam divulgado o dossiê para pôr a ministra numa posição defensiva.

Segundo ele, cabe agora ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir apuração. “Só tem uma saída, que é o presidente Lula dizer, com todas as letras: \apurem toda a minha vida e toda a vida de FHC", afirmou.

O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), preferiu nem considerar a hipótese de candidatura de Dilma Rousseff.

Independentemente disso, ele considerou o caso grave e disse que configura crime, uma vez que envolve quebra de sigilo.

Para ele, o suposto dossiê é “mais um golpe, manobra e ilegalidade” do governo. “Se alguém pensa que vai permanecer no poder à base de mentiras, esse alguém está muito enganado.

Este caso será desvendado e está muito além da CPI, tem a ver com a democracia”, afirmou o senador. “Como figura pública, a ministra Dilma Rousseff está em xeque”, afirmou Virgílio, depois de subir à tribuna para pedir a intervenção da Polícia Federal na Casa Civil e a convocação da ministra e de sua secretária-executiva pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos.

A denúncia contra a ministra pegou o Congresso esvaziado hoje.

No Senado, a base aliada, que esteve em peso na CPI dos Cartões para impedir a convocação de Dilma Rousseff anteontem, não compareceu hoje ao plenário para defendê-la.

Apenas senadores da oposição se manifestaram.