*Por Luciano Siqueira No instante em que o presidente Lula assinar, hoje, um conjunto de ordens de serviço equivalentes, no Recife, a R$ 104 milhões em obras de saneamento e habitação – que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – estará praticando mais um gesto em favor do povo da cidade, dentre todo um cortejo de iniciativas, cujo marco foi, no início do primeiro mandato, a reurbanização da orla de Brasília Teimosa ocupada até então por mais de quatrocentas famílias que residiam em palafitas.
Anote-se aí não apenas a sensibilidade social do presidente, mas sobretudo o empenho em colocar o desenvolvimento como vetor principal do governo.
Com importantes repercussões sobre o ambiente das cidades – o Recife inclusive.
O PAC, como se sabe, opera em três vertentes: energética; logística (nas diversas modalidades de transporte); e melhoria das condições de vida nos meios urbanos (saneamento e habitação).
Investimento em saneamento e habitação significa, a um só tempo, melhoria das condições materiais de existência do povo e impulso às atividades econômicas com elevada taxa de aproveitamento de mão de obra.
Algo que por si mesmo produz impactos significativos numa cidade como a nossa, na qual sobrevivem mais de um milhão e meio de habitantes sobre o território de apenas 220 quilômetros quadrados; e em que aproximadamente um quarto da população reside em áreas de risco – morros e encostas, terrenos alagados ou alagáveis.
Motivos para comemoração?
Claro que sim.
Mais ainda motivos para reconhecer a necessidade de se projetar o desenvolvimento mediato da cidade, em conexão com o que ocorre na economia (e no novo perfil dos investimentos públicos) no país e em Pernambuco.
Em outras palavras: formatar uma nova agenda para o Recife, na qual estejam contidos o esforço de consolidação das conquistas alcançadas durante os dois governos consecutivos liderados pelo prefeito João Paulo e a abordagem das novas oportunidades e novos desafios que se vislumbram no horizonte.
A nova agenda há de priorizar o desenvolvimento econômico com valorização do trabalho e expansão do emprego; a defesa do meio ambiente e a cultura – elementos articulados entre si e concebidos como linhas que haverão de costurar, integrando-as, as diversas políticas públicas setoriais a serem implementadas. À semelhança do que já faz, em grande medida, o governo Lula, do qual as forças políticas que governam o Recife – o PCdoB, inclusive - somos partícipes. *Vice-prefeito do Recife e pré-candidato do PCdoB à prefeitura, escreve para o Blog às quartas dentro da série “Recife 2008.
Debate com os prefeituráveis”.