Por Isaltino Nascimento Nunca foi tão pertinente falar que os jovens representam hoje o nosso futuro.
Não apenas porque são nossos herdeiros sociais, mas pela grande responsabilidade que terão em breve em suas mãos.
Alerta feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) aponta um grande desafio: estamos diante de uma massa de gente que daqui a 20 anos será responsável não apenas pelos filhos que terão, mas também pelos seus pais.
As estimativas da ONU são claras: o mundo conta atualmente com o maior número de jovens já visto.
Cerca de um quarto da população mundial tem menos de 25 anos.
Ao mesmo tempo, calcula-se que, no ano 2050, a população com 60 anos e mais triplique, atingindo cerca de 1,9 bilhão.
O que significa dizer que estará nas mãos dos jovens de hoje a responsabilidade com o futuro das seguintes gerações, mas também de uma imensa massa populacional de idosos, que também dependerá deles.
Divido com os leitores do Blog a preocupação que já externei, ontem, durante Grande Expediente Especial na Assembléia Legislativa dedicado ao Dia Mundial da Juventude, a ser comemorado no próximo domingo (30).
Esses dados querem dizer que devemos, e muito, nos preocupar em preparar hoje a juventude para uma vida produtiva e útil nas esferas da família, do trabalho e da sociedade.
Em abrir as portas para que tenham acesso à educação, à saúde, ao lazer, de forma concreta e objetiva.
Em trabalhar para afasta-los da criminalidade, das drogas, do desemprego, que em grande parte da sociedade frustram suas potencialidades numa fase decisiva da vida.
Ainda temos muito trabalho pela frente, mas boas sementes estão sendo plantadas.
O governo Eduardo Campos, por exemplo, percebeu a importância de investir nesta geração e criou a Secretaria Especial da Juventude e Emprego, que tem entre as suas atribuições articular, planejar, impulsionar, organizar, propor e executar as políticas públicas da juventude. É um passo importante e que certamente gerará bons frutos.
Caminho semelhante também já foi aberto em esfera federal, na Secretaria Nacional da Juventude.
Contudo, essa preocupação deve permear toda sociedade.
Principalmente neste momento que antecede as Eleições Municipais, no qual os cidadãos devem ficar atentos às propostas daqueles que pleiteiam a gestão dos 184 municípios pernambucanos.
Hora de cobrar dos candidatos que incluam em seus programas de governo políticas públicas que atendam às necessidades urgentes da juventude.
Entre elas, a criação de secretarias da juventude, que abram espaço específico para políticas transversais e abram espaços específicos para tratar as demandas desta população.
A possibilidade de os jovens acederem ao pleno emprego produtivo deve ser um objetivo fundamental também das estratégias nacionais de desenvolvimento, incluindo as políticas de redução da pobreza.
Afinal, é a pobreza, em grande parte do planeta, que limita o potencial dos jovens.
Não podemos ficar parados diante de números que mostram que no mundo quase um quinto das pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos têm de sobreviver com menos de um dólar por dia e quase metade vive com menos de dois dólares por dia.
Sem condições de vida dignas, os jovens tornam-se vulneráveis a pobreza, o que, por sua vez, dificulta o acesso à educação e a serviços básicos de saúde, limitando ainda mais a sua empregabilidade.
E isso impede o acesso a bens e recursos, a formação de redes sociais fortes e a participação na tomada de decisões na família ou na comunidade.
Por isso, ressalto mais uma vez: juventude significa futuro.
Tenho a certeza que apostar nos jovens significa investir em desenvolvimento, inovação e em mudanças sociais positivas.
PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.