Da Folha Online, em Brasília O ministro Tarso Genro (Justiça) negou hoje que o governo tenha produzido um dossiê com informações que comprometeriam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no uso irregular de cartões corporativo.
Tarso classificou de “indecente” as especulações de que a Casa Civil da Presidência da República teria reunido documentos referentes à gestão de FHC (1995-2002).
O ministro admitiu, porém, que a Casa Civil está realizando um levantamento de dados públicos que podem vir a ser solicitados pela CPI dos Cartões Corporativos. “O dossiê não existe.
O que existe é um trabalho que está sendo feito pela Casa Civil a pedido do Tribunal de Contas [DA UNIÃO]e na expectativa de a própria CPI para oferecer os dados que são dados universais que podem ser requisitados pela comissão”, afirmou.
Segundo Tarso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não trabalha com dossiês”. “É indecente pensar que alguém possa fazer um dossiê para tratar de um assunto dessa seriedade, dessa responsabilidade, onde o governo tem toda tranqüilidade para tratar”, disse.
Reportagem da revista “Veja” divulgada na última terça-feira informa que o dossiê estaria sendo usado para intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos.
A Casa Civil também negou a existência do documento sobre os gastos de FHC.
Segurança Nacional Tarso disse ser favorável à manutenção do sigilo sobre gastos da Presidência da República com cartões corporativos.
A exemplo de parlamentares da base aliada do governo, o ministro argumenta que a revelação dessas informações sigilosas pode trazer prejuízo à segurança nacional. “Eu acho que gastos secretos são gastos secretos em qualquer Estado, em qualquer país, de todos os governos, não só do presidente Lula”, afirmou.
A quebra do sigilo dos gastos da Presidência com cartões corporativos se tornou o principal embate entre governo e oposição na CPI.
Tucanos ameaçam abandonar a comissão caso os governistas insistam em manobras que impedem a votação de requerimentos que pedem a quebra de sigilo.
A CPI colocará em votação os requerimentos na próxima quarta-feira –prazo pelo imposto pelo PSDB para definir se o partido vai abandonar a comissão.