SOLIDÁRIO COM PAULO HENRIQUE Por Mino Carta No site da Carta Capital Ao batuque da minha Olivetti, tenho um blog no iG.
Ou melhor, tinha.
Hoje foi ao ar o meu último post.
Acostumei-me com estas expressões, mas confesso desabridamente ter medo do computador, tenho certeza de que ele me engolirá caso me aproxime demais.
De sorte que resisto no comando da minha vetusta máquina de escrever.
Assim diz a minha derradeira manifestação: “Meu blog no iG acaba com este post.
Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos.
O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos.
Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento.
O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo.
Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada”.
As razões alegadas oficialmente pelo portal não convencem sequer o mundo mineral.
Fala-se, porém, de uma pendência pessoal entre o diretor-presidente do iG, Caio Túlio Costa, e Paulo Henrique.
Certo é que o jornalista recebeu uma lacônica e inesperada notificação de que seu contrato estava rompido.
Invocava-se ali um artigo do mesmo, pelo qual qualquer uma das partes pode denunciá-lo com 60 dias de aviso prévio.
Não somente esta determinação do tal artigo não foi cumprida, mas também Paulo Henrique foi informado a respeito da decisão do iG quando Conversa Afiada já fora tirada do ar.
Sua equipe tivera cancelado o crachá de entrada na sede do portal e o computador sofrera o vexame final de ser lacrado.
Se havia desentendimentos pessoais entre o diretor-presidente e o jornalista, quem sabe pudessem ser dirimidos de outra maneira.
O tratamento reservado a um profissional honrado e competente como Paulo Henrique é inadmissível.
Contudo, e infelizmente, a situação justifica a forte impressão de que houve razões mais fortes, a significar censura.