Do Congresso em Foco A construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras, está novamente em apuros financeiros.
Quase um ano depois de ser alvo da Operação Navalha, quando a Polícia Federal prendeu quase 50 pessoas acusadas de formarem quadrilha para fraudar obras públicas, a empreiteira pediu socorro à Justiça.
Nesta semana, a Gautama conseguiu ver R$ 1 milhão liberado de suas contas para pagar rescisões trabalhistas.
Os advogados da construtora informaram à relatora do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Eliana Calmon, que as dívidas trabalhistas somam R$ 1.161.309,16.
A ministra concedeu à empresa a liberação de pouco mais de R$ 1 milhão para amenizar a situação financeira da empreiteira.
O dinheiro vai sair de uma conta-corrente da Ecosama, a empresa de saneamento da cidade de Mauá (SP), da qual a Gautama é acionista.
Assim como fizera antes, quando autorizou a venda de um imóvel para pagar dívidas da construtora, a ministra Eliana Calmon pediu cautela no uso do dinheiro.
Todos os pagamentos deverão ser registrados para que o STJ receba uma prestação de contas dos gastos efetuados.
Mais liberações A decisão foi publicada anteontem (18) no Diário da Justiça, mas não é a primeira concessão do Judiciário aos acusados de fraudes em obras públicas em nove estados e no Distrito Federal.
Ainda em março, Eliana Calmon autorizou a devolução de telefones celulares e discos rígidos de Maria de Fátima Palmeira, apontada pela Polícia Federal como o braço-direito de Zuleido nos esquemas de corrupção denunciados.
A ressalva é que os aparelhos só sejam entregues se já tiverem sido periciados pela PF.
Também foram liberados dois veículos do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Roberto Guimarães; computadores portáteis do secretário de Infra-estrutura do Maranhão, Ney Barros Bello; celulares e um notebook de Vicente Vasconcelos Coni, diretor da Gautama no Maranhão; e um computador de Ulisses César Martins de Souza, ex-procurador-geral do Maranhão.