Para Eduardo Pocetti, CEO da BDO Trevisan, os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) serão atingidos em proporções pequenas pela crise. “O Brasil, menos ainda, devido ao seu avanço na independência econômica internacional, em especial em relação aos Estados Unidos.

Nosso país, contudo, deve acelerar a redução da taxa de juros em pelo menos 3% e agilizar a aprovação da reforma tributária”.

A redução drástica da taxa de juros, além da depreciação do câmbio, também é defendida por Alfried Plöger, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Para ele, contudo, o Brasil e todo o grupo BRIC não ficarão imunes à crise. “Nesse contexto, a indústria gráfica será afetada, pois está intimamente atrelada ao desenvolvimento do PIB.

Se seu crescimento desacelerar - o que é de se esperar - o setor sofrerá iguais conseqüências”.

Opinião semelhante tem o presidente da Regional São Paulo da Abigraf, Fabio Arruda Mortara: “Quando o país mais rico do planeta tem problemas, é razoável supor que, mesmo com boa blindagem de reservas cambiais, todas as nações, emergentes e não emergentes, sintam os reflexos”.

Na indústria gráfica, “o impacto é sempre imediato, especialmente nos segmentos de embalagens, promocional e editorial”.

Mortara opina que “a atual gestão macroeconômica do Brasil é das melhores que o país já teve em sua história e as medidas que foram tomadas antes da crise são as responsáveis pelo abrandamento das conseqüências por aqui”.

Para ele, “a principal tarefa do governo será sempre monitorar a crise e estar pró-ativamente disposto a agir de maneira rápida com relação aos dois componentes fundamentais: as taxas de juros e o câmbio”.