Caro Jamildo, O ex-deputado e advogado Carlos Lapa esclarece que é elementar para qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento jurídico e, portanto, para qualquer advogado que o Ministério Público é parte no processo, sendo assim, não tendo nenhuma consistência, nem embasamento jurídico argüição de suspeição de um representante do Ministério Público por parte da advogada do prefeito Manuel Botafogo.
Ocorre o seguinte: todo aquele cidadão que tem tomado iniciativa, seja repórter, jornalista, advogado ou político, de denunciar os crimes praticados pelo atual prefeito, são vítimas de uma série de atitudes e atos impensáveis por parte deste e dos que recebem dele, como foi o caso do radialista Jota Cândido, como é o meu caso que respondo a dois processos por ter denunciado os crimes praticados pelo atual prefeito contra o erário público.
Infelizmente, a justiça tem sido extremamente lenta na apreciação desses processos, o que leva este cidadão a impunidade e a blindagem política que recebe do Senador Sérgio Guerra.
Carlos Lapa Entenda a polêmica: Jota Cândido foi morto no dia 1 de julho de 2005, em frente à Rádio Alternativa FM de Carpina, onde trabalhava.
Ele levou 20 tiros e já havia escapado de um atentado anterior, em maio daquele ano.
O projeto anti-nepotismo proposto por Jota Cândido proibia a contratação de parentes em até terceiro grau pelo Executivo e o Lesgialativo municipais.
Ao escapar do primeiro atentado, o vereador e radialista chegou a afirmar que a tentativa de homicídio havia partido de pessoas ligadas à Prefeitura.
Quarenta dias depois, foi assassinado.
Ele deixou esposa e três filhos menores.
Para a Polícia Civil, o autor intelectual do crime foi o PM Luiz André de Carvalho, também conhecido como Cabo André, chefe da Guarda Municipal de Carpina à época.
Ele teria recebido a ajuda dos policiais militares Edilson Soares Rodrigues e Tairone César da Silva Pereira, além do motorista Jorge José da Silva.
Eles podem pegar até 30 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado.
Quase dois anos depois do assassinato do radialista e vereador de Carpina, Jota Cândido, autor de projeto contra nepotismo no município, a Polícia Federal pode assumir as investigações.
A juíza Maria do Carmo de Morais Melo, da Comarca de Carpina, atendeu requerimento do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e encaminhou ao governador Eduardo Campos (PSB) solicitação para que ele interfira junto ao Ministério da Justiça no sentido de que a Polícia Federal seja acionada no caso.
Mas o Ministério Público defende o aprofundamento das investigações e não está convencido de que o Cabo André seja o mandante do crime.
Daí a solicitação para que a PF assuma o caso.
O prefeito de Carpina é tucano e aliado de Sérgio Guerra.