Do caderno de Cidades Inaugurada durante o Carnaval pela Secretaria de Defesa Social (SDS), a central de monitoramento com câmeras, que tem o objetivo fiscalizar os pontos mais violentos do Recife, está sem funcionar.

A idéia de transferir os 50 equipamentos de imagem para as áreas com maior índice de criminalidade do Centro da capital logo após a folia não ocorreu e a fiscalização só deve voltar a acontecer em dois meses.

O atraso se deu porque a SDS decidiu instalar as câmeras em postes próprios e não na estrutura da Celpe, como ocorreu no período carnavalesco.

De acordo com o coordenador do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), coronel Sérgio Viana, os postes de energia davam interferência nas imagens.

Afirmou, ainda, que o objetivo da SDS é comprar outras 150 câmeras. “Das 50 câmeras utilizadas no Carnaval, apenas quatro não precisam ser mudadas de lugar.

Para não fazer dois processos diferentes, já que vamos instalar outras 150, vamos fazer um só.

Comprar as novas câmeras e todos os novos postes e instala-los de uma só vez”, explicou.

Os duzentos equipamentos serão instalados nos limites entre o Shopping Tacaruna, em Santo Amaro, e bairro da Cabanga, e da Avenida Agamenon Magalhães até o Marco Zero, no Bairro do Recife.

O processo de licitação, segundo Viana, deve durar 45 dias e a entrega e instalação entre 15 e 30 dias.

Ou seja, as câmeras só voltam a funcionar no fim de maio.

A Secretaria de Defesa Social, no entanto, chegou a anunciar no dia 8 de fevereiro, três dias após o Carnaval, que já havia começado a redistribuir os equipamentos utilizados durante os quatro dias de folia.

A central de monitoramento deveria funcionar 24 horas e conta com dez monitores e cinco telões.

O investimento foi de cerca de R$ 2,5 milhões.

No Carnaval, as 50 câmeras foram instaladas nos focos de folia em Olinda e no Recife.

Segundo a secretaria, registraram 71 ocorrências e auxiliaram a Polícia Militar a identificar possíveis bandidos e tumultos.

Depois da folia, a SDS mostrou à imprensa dois flagrantes.

No primeiro, ocorrido em Olinda no dia 3 de fevereiro, um homem pode ser visto vendendo loló na Rua do Bonfim.

A PM foi alertada e deteve o jovem, que estava com 74 tubos da droga.

No Recife, as câmeras colocadas perto da Casa da Cultura filmaram quatro travestis espancando e roubando um pedestre.

Uma viatura seguiu imediatamente para o local e prendeu o grupo em flagrante.

As câmeras têm capacidade de fazer giros de 360 graus e filmar com baixa luminosidade.

Os equipamentos também possuem um sistema de aproximação que pode deixar nítidas as letras e números de uma placa de carro, estacionado, por exemplo, a 100 metros de distância.