Do G1 Lula comparou a crise atual com a da Malásia, em 1998, e disse que o país vive um momento muito melhor do que há dez anos, quando o Brasil era governado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apesar de destacar que os mercados internacionais vivem hoje um momento muito mais crítico. “Nós estamos com uma crise certamente 30 vezes mais forte do que a da Malásia, que é uma crise na maior economia do mundo, que é os Estados Unidos da América do Norte”, afirmou o presidente, acrescentando que o Brasil ainda não foi afetado pela crise. “Até agora, não aconteceu nada com o nosso querido Brasil.

Por que não aconteceu nada?

A economia nos ensina, mas a gente aprende na vida prática.

Eu a minha vida inteira - trabalhei 27 anos dentro de uma fábrica e vivi de salário a vida inteira – sempre tive noção de que eu não podia gastar mais do que eu ganhava, porque eu iria estourar no final do mês.” Lula destacou ainda que Brasil mudou sua situação devedora para credor externo. “Desde que Cabral chegou aqui, em 1500, esse país foi devedor.

Em 508 anos, esse país foi devedor externo, mas este ano, pela primeira vez, nós somos credores.” Além disso, ele destacou que o país não depende do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 2003, quando eu tomei posse, o Brasil tinha US$ 30 bilhões de reserva, dos quais US$ 16 bilhões eram do FMI.

Então, na verdade, nós tínhamos US$ 14 bilhões.

Nós devolvemos para o FMI os US$ 16 bilhões, pagamos o Clube de Paris e temos hoje quase US$ 200 bilhões em reserva", disse.

Lula também voltou a rebater os críticos que dizem que o Brasil vive um bom momento econômico porque seu governo tem sorte. “Algumas pessoas dizem que isso é sorte do presidente Lula.

Agora, qual é a mulher que casa com um homem de azar ou qual é o homem que casa com uma mulher de azar.

A gente quer casar com a gente que tenha mais sorte do que a gente.

E espero que eu continue tendo sorte.” Para ele, o Brasil “precisa crescer concomitantemente”, aliando crescimento econômico com aumento do consumo. “Nós estamos tendo um cuidado excepcional para não permitir que esse momento mágico que estamos vivendo agora não se transforme em sofrimento amanhã.

Nós não queremos ser pegos de surpresa, o que nós queremos é que o Brasil continue neste passo.”