Prezado Jamildo Melo; A forma que a Secretaria Executiva de Ressocialização(?) – SERES – adotou como desfecho para o lamentável episódio que culminou na fuga de mais de 51 reclusos (até a presente data ainda não há o número preciso de foragidos) do Centro de Observação Criminal e Triagem Everardo Luna – COTEL – foi considerada pela Diretoria do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco como preconceituosa, discriminatória e injusta, na medida em que puniu com o afastamento do cargo apenas o Agente Penitenciário diretamente envolvido no episódio e preservou incólume as demais autoridades.
Ao nosso ver, isto demonstra uma predisposição administrativa de perseguição aos integrantes da nossa Categoria Profissional.
No evento vergonhoso da fuga em massa do COTEL, apenas o Agente Penitenciário Rildo Manoel, que ocupava o cargo de “Diretor” da Unidade, adotou as providências legais e necessárias visando evitar a evasão dos presos, e, no entanto, foi, curiosamente, a única autoridade a ser afastada do cargo.
Em seu Ofício nº. 125/2008, o então Diretor, Rildo Manoel, alerta ao primo do Secretário de Ressocialização e Superintendente de Segurança Penitenciária, Isaac Viana, do risco de fuga em massa.
Da mesma maneira, informa ao primo do Secretário que o problema já fora comunicado ao responsável pelo gerenciamento das escalas de serviços dos Guardas Especiais Temporários (GET’s), Ary Falcão.
Mesmo que tenham sido informados por voltas das 10h, até as 13:30h nenhuma das duas autoridades tomou qualquer providência que evitasse a vergonhosa evasão dos reclusos do COTEL.
E, mesmo a recaptura imediata de alguns presos se deu sob a coordenação do “Diretor” Rildo Manoel e de sua equipe de Agentes Penitenciários.
Apesar disso, Rildo Manoel foi o escolhido “para Cristo” (com o perdão do trocadilho na Semana Santa) o que, para a Diretoria do SINDASP, caracteriza nitidamente a “preferência” da Administração Penitenciária do Estado em transferir para os Agentes Penitenciários a culpa pelos problemas, mesmo quando são esses Agentes os elementos que agem no sentido de evitá-los.
Pelo exposto, fazemos registrar nossa indignação pela forma preconceituosa, “nepotista”, anti-profissional e injusta como vem sendo administrado o Sistema Penitenciário pernambucano; forma esta que se sugere, por si mesma, raiz da crise de proporções até então inéditas no Estado de Pernambuco que, entre outras mazelas, agora acumula a estatística da maior fuga em massa do Nordeste.
Atenciosamente, Breno Rocha Presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco – SINDASP.