De um coleguinha de profissão e leitor atento do Blog de Jamildo Recebi com empolgação a notícia de que iria cobrir a apresentação especial, só para convidados, do espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém.

Afinal, já conhecia a apresentação como espectadora, mas ainda não tinha trabalhado na cobertura.

Já na saída da Empetur, começou a via crucis.

Marcaram a saída para às 15h, impreterivelmente.

Saímos às 16h, sem muitas explicações, apenas que o ônibus estava atrasado, o que parecia óbvio, não é mesmo?

A recepção no coletivo não foi das mais agradáveis, o veículo estava sujo e o banheiro sem condições de uso. Água?

Artigo de luxo, quente e com uma hora de viagem já não havia copos descartáveis.

Parar para comprar um lanche na beira da estrada? “Não, não podemos parar porque chegaremos atrasados”, dizia a assessora responsável por levar a plebe do jornalismo que não teve o direito de acompanhar a comitiva do governador, nem de conseguir algum material, já que, mesmo sem o direito de parar para comprar algo comestível, água, nem de ir ao banheiro, chegou atrasada de toda forma, às 19h!

O ônibus estava quase cheio, equipes de TV, Rádio, Jornal, Revistas…

Quase todos tiveram como primeiro destino, quando enfim nos permitiram descer do veículo, os banheiros de Nova Jerusalém.

Com o espetáculo em curso, só nos restava esperar o final para conseguir trabalhar.

Mas trabalhar com a boca seca, de horas de sede e o estômago reclamando, é, no mínimo, uma falta de respeito com os profissionais que, afinal, foram convidados.

Lá pelas 21h, por iniciativa própria, alguns “descobriram” uma sala de imprensa, com biscoitos, água e café.

Acabou o espetáculo!

Ufa, 22h, 7h depois de sairmos do Recife, tivemos que trabalhar numa coletiva improvisada, onde cada um que corresse para as autoridades, porque não houve uma organização para garantir que tivéssemos acesso a todos, enquanto entrevistávamos um, o outro ia embora.

Políticos seguiram para o coquetel e os jornalistas cansados, com fome e sede, seguiram para a coletiva com os atores.

Os que ficaram um pouco mais tentando “caçar” os políticos, não encontraram mais que bandejas vazias, com resquícios de cobertura de bolo no auditório Plínio Pacheco.

Acabou a coletiva, ufa2! Às 23h50 poderíamos, enfim, retornar ao Recife, muitos ainda tinham que fechar material, outros trabalhar na manhã de hoje.

Uns 10 minutos de caminhada até o nosso “cheiroso” coletivo e eis a última etapa da via crucis, o ônibus lotou!

Outros convidados que tinham ido no ônibus que saiu do Palácio do Governo entraram no nosso ônibus porque haviam sido abandonados pelo coletivo de origem.

Discussões, protestos e o tempo passando… “Vocês têm que ir em outro ônibus, a prioridade é de quem veio nesse”, dizia a esforçada assessora que nos acompanhou.

Até que umas pessoas começaram a descer, entre elas, muito discretamente, de mão dada com a companheira, o presidente da EMTU, Dilson Peixoto.

Bem, se até membro do governo é tratado dessa maneira tão cordial, imaginem nós, simples convidados…