Da Editoria de Cidades do JC O motorista auxiliar do Sistema de Transporte Complementar de Jaboatão dos Guararapes Edvaldo Rocha da Costa Júnior, 36 anos, foi morto durante assalto ocorrido na noite de anteontem, na PE-07, conhecida como Estrada da Muribeca, que liga Jaboatão Centro a Prazeres.

Dois homens entraram no microônibus que fazia a linha Jaboatão Centro-Barra de Jangada e anunciaram o assalto.

O motorista se negou a entregar a renda da viagem e terminou morto com dois tiros.

Houve pânico entre os 34 passageiros que estavam no veículo (19 sentados e 15 em pé), mas ninguém se feriu.

Motorista auxiliar há oito anos, Edvaldo foi baleado no braço e nas costelas.

Chegou a ser levado para o Hospital-Geral de Jaboatão, mas não havia médico nem ambulância na unidade, segundo os parentes da vítima, e ele teve de ser transferido de táxi para o Hospital Otávio de Freitas, na Zona Oeste do Recife, falecendo no caminho.

O enterro aconteceu na tarde de ontem, no Cemitério de Jaboatão.

Os dois ladrões pegaram o microônibus no Centro de Jaboatão, em frente à Escola Estadual Bernardo Vieira de Melo.

Por volta das 19h, quando o veículo entrou na Estrada da Muribeca, conhecida pela escuridão e pelas investidas contra motoristas, anunciaram o assalto.

O assaltante mais novo e o que aparentava mais nervosismo abordou o motorista.

Mandou ele entrar com o veículo na mata e pediu a renda da viagem.

Nesse momento, Edvaldo teria dito que havia entregue o dinheiro apurado ao proprietário do microônibus, o que irritou o ladrão.

O motorista, no entanto, estava com R$ 90. “Quando Edvaldo se negou a entregar o dinheiro, o assaltante disse que ia me matar.

Me agarrou pelo pescoço e começou a me arrastar para fora.

Na tentativa de me salvar, Edvaldo fechou a porta e arrancou com o veículo para fazer com que o ladrão caísse, mas não deu certo.

Ele não caiu e fez os dois disparos.

Se não fosse por Edvaldo, quem estaria morto agora seria eu”, contou o cobrador do microônibus F.W.B.M., 25, cunhado da vítima.

Assustado com a violência, o cobrador vai abandonar a profissão e se mudar para outro Estado.

Ontem, durante a liberação do corpo no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, na capital, familiares da vítima estavam revoltados com a falta de segurança para motoristas e passageiros das linhas que passam pela Estrada da Muribeca. “Edvaldo foi vítima pela segunda vez e sempre reclamou do risco.

O pior de tudo é que todo mundo sabe que o trecho é perigoso e ninguém vê a polícia nem os seguranças do sistema complementar.

Os motoristas pagam R$ 3,50 por dia aos supostos seguranças para ter proteção e morrem desse jeito”, criticou o irmão da vítima Edywilson Coimbra Costa.

Edvaldo Rocha era casado e tinha uma filha de seis meses.