Da Agência Brasil Brasília - No discurso de lançamento do programa Bolsa Formação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a omissão do governo nos últimos 30 anos é responsável pela atual situação dos policiais no país, mas evitou apontar culpados. “O Estado foi conivente com a degradação da sociedade brasileira”, disse. “Não está na hora de ficarmos procurando quem é culpado pelas coisas.
Está na hora de fazermos coisas novas para mudar as coisas velhas que não deram certo no país”, disse.
O programa lançado hoje no Rio de Janeiro vai conceder até R$ 400 pelo período de 12 meses para policiais civis e militares bombeiros, agentes penitenciários e peritos que recebem até R$ 1,4 mil bruto.
O valor do benefício depende da patente do funcionário e, para ter direito a receber, é preciso que a pessoa não tenha cometido infrações administrativas ou penais nos últimos cinco anos. “Vocês [beneficiários do programa] são vítimas de má-formação, muito pouco salário e muita cobrança.
Esse programa é pouco, mas é um início extraordinário”, disse Lula.
Segundo o presidente, é preciso valorizar, cada vez mais, as pessoas que trabalham com segurança pública no país. “Muitas vezes não compreendemos que, quando o policial tem de subir no morro, pode subir para querer prender alguém, mas na cabeça dele sabe que tem mulher, filho, e que muitas vezes está passando a mesma fome daqueles que estão na favela”, disse.
Ele ainda afirmou que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Maguinhos, no Complexo do Alemão e na Rocinha, são uma “intervenção rápida” na região. “Não é só abrir rua. É abrir rua e colocar creche, hospital, escola, campo de futebol”, disse. “Se não, a vida continua: poucos tendo acesso a muito e muitos tendo acesso a nada”, completou.
O presidente reconheceu que há corrupção na polícia, “gente ineficiente que trabalha contra a própria auto-estima da polícia”.
Mas, lembrou que a corrupção está também em outros setores. “Na polícia tem corrupção.
E na política não tem?
No empresariado não tem?
No Judiciário não tem?
Em todos os setores tem”, disse.