Da Época Outro negócio estranho na gestão Olívio Dutra foi a contratação da Finatec pelo Detran gaúcho para uma consultoria de gestão, no valor de R$ 321 mil. ÉPOCA teve acesso ao processo.
O convênio foi assinado em 10 de julho de 2002 e, em seguida, publicado no Diário Oficial.
No entanto, a Finatec só apresentou sua proposta para assessorar o Detran gaúcho em 26 de julho, mais de 15 dias depois da assinatura do contrato.
O parecer jurídico que autorizou a dispensa de licitação é de 12 de agosto.
O então diretor-geral do Detran gaúcho, Mauri Cruz, foi convocado para depor em uma CPI da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Os negócios de Luís Lima e da Finatec também estão na mira da CPI das ONGs no Congresso Nacional.
Os senadores da CPI deverão votar requerimentos para a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Luís Lima, das empresas Intercorp e Camarero & Camarero e do ex-presidente da Finatec Antônio Manoel Dias Henriques.
Criada em outubro do ano passado, a CPI pouco trabalhou nos primeiros quatro meses.
As investigações só deslancharam depois do caso Finatec.
Seu foco agora são as fundações vinculadas a universidades.
Desde 1999, elas receberam R$ 2,3 bilhões do governo federal.
Boa parte desse dinheiro, em vez de ser destinado a montar laboratórios, adquirir equipamentos de última geração e financiar pesquisas científicas, foi gasto com empresas de consultoria e complementação de renda de professores. “Temos indícios de que o que aconteceu com a Finatec pode ter ocorrido no país inteiro”, afirma o presidente da CPI, senador Raimundo Colombo (DEM-SC). “A solução é aumentar a fiscalização e criar regras para coibir os desvios de finalidade.” Veja mais aqui.