Sem alarde, desde o último dia 13 de fevereiro, o Ministério Público Federal apresentou ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região a denúncia contra 19 pessoas envolvidas no escândalo de desvio de recursos federais nos municípios de Itaíba, Águas Belas, Manari e Tupanatinga.
O documento tem 155 páginas impressas e é nitroglicerina pura.
O deputado estadual Claudiano Ferreira Martins, ex-prefeito de Itaíba, brilha no documento, apresentado como chefe da quadrilha criminosa.
Na época, ele era prefeito da cidade pelo PMDB.
Hoje, é tucano.
Entre outros nomes vistosos, o processo lista o prefeito de Águas Belas, Nomeriano Ferreira Martins, além do secretário de finanças da prefeitura de Águas Belas Edilázio Wandeley de Lima.
A Assembléia Legislativa ainda se faz presente com a inclusão do nome de Brás José Nemézio Silva, secretário parlamentar e assessor de Claudiano Martins. “A organização criminosa causou dano à União de R$ 16 milhões, conforme levantamento da Controladoria Geral da União”, cita a denúncia 036/2008, de número, em sua página de número oito.
O caso está nas mãos do desembargador federal Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, na condição de relator do pleno.
Antecedentes Em novembro de 2006, os irmãos Claudiano Martins, deputado estadual reeleito pelo PMDB, Numeriano Martins, prefeito de Águas Belas, e Otaviano Martins, prefeito de Manari, chegaram a ser presos pela PF pela Polícia Federal na Operação Alcaides, todos acusados de integrar o esquema de fraude a licitações públicas e lavagem de dinheiro, no Interior do estado.
Naquele época, era a segunda vez que o deputado Claudiano Martins, eleito para o segundo mandato, era preso.
Da primeira vez, ele foi acusado pela CPI da Pistolagem, que investigou o crime organizado em Pernambuco.
A PF encontrou o pemedebista em uma fazenda, no Maranhão.
Além deles, o prefeito de Tupanatinga, Manoel Ferreira dos Santos, a presidente da Comissão de Licitações de Panelas, Lúcia de Fátima Andrade Melo, e o comerciante de Águas Belas, Teozino Wanderley Malca, também foram presos na operação deflagrada na madrugada de hoje.
No total, a Justiça tinha expedido então 21 mandados de prisão com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, apontada pelos auditores da Controladoria Geral da União.