O Ministério Público Federal diz, na denúncia apresentada ao Tribunal Regional Federal, que o dano causado à União chega ao valor de R$ 16 milhões.
Na peça, os quatro promotores que assinam o documento chegam a detalhar qual o prejuizo distribuído pelos quatro municípios que receberam recursos do governo federal e foram desviados.
O mais prejudicado teria sido Águas Belas, onde era prefeito o atual deputado estadual Claudiniano Martins.
Nesta cidade, o rombo federal teria sido de R$ 5,4 milhões.
Apenas com a auditoria realizada pela CGU, havia sido detectado desvio de apenas R$ 2,8 milhões.
Com a apressão de material na casa e escritório dos acusados, o rombo subiu outros R$ 2,5 milhões, de acordo com a denúncia.
As investigações no Estado tiveram início justamente em 2005, depois que a CGU enviou para o MP federal no Estado os levantamentos iniciais.
O segundo município mais prejudicado com os desvios foi Itaíba, onde teriam sido surrupiados R$ 4,7 milhões, sendo R$ 1,5 milhões nas primeiras auditorias da CGU e posteriormente mais R$ 3,1 milhões, com a apreensão de documentos pela PF.
Manari, o mais pobres de todos, contribuiu apenas com R$ 948 mil com os desvios.
Tupanatinga, que também consta da denúncia, aparece com outros R$ 4,8 milhões.
Na apresentação dos acusados, o MPF diz que a quadrilha era especializada em crimes contra a administração pública, notadamente na execução de fraudes em processos licitatórios, frustrando o caráter competitivo destas. “Foi possível identificar a extensão de uma organização criminal atuando no Estado de Pernambuco.
Como se verá, há um prova de existência de crime de formação de quadrilha e desvio de recursos públicos”.
Na peça, conta-se que foram encontrados “depósitos na conta pessoal do ex-prefeito e atual deputado estadual Claudiano Ferreira Martins de valores que deveriam custear serviços prestados à prefeitura”, informam os promotores.