O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse hoje no Senado que o depoimento dos promotores do Ministério Público do Distrito Federal Gadaniel Palmeira de Carvalho e Ricardo Antônio de Souza à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs serviu para apontar caminhos à comissão, entre os quais a quebra do sigilo bancário dos responsáveis pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).
Na opinião do senador, a medida irá ajudar na investigação que está sendo conduzida pelo MP, que não tem a prerrogativa da quebra de sigilos.
Em entrevista à imprensa logo após o depoimento dos promotores, Alvaro Dias garantiu que irá solicitar ao reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, que depõe na CPI também nesta terça-feira (4), autorize a quebra de seu sigilo bancário.
Alvaro Dias comentou a abrangência nacional dos convênios e contratos da Finatec que, em sua avaliação, indicam algum tipo de privilégio da fundação. - A Finatec demonstra possuir influência política e vínculos estreitos com o poder central em Brasília, não só pela proximidade física, mas pelas pessoas que consolidam esses vínculos -disse o senador.
Para Alvaro Dias não só a Finatec, como as cinco outras empresas de apoio a ela vinculadas, e que também estão sob investigação do Ministério Público, apresentam indícios de malversação de dinheiro público e desvio de finalidade de recursos que deveriam ser destinados à pesquisa científica e tecnológica. - Não é somente o dinheiro utilizado para decorar o apartamento do reitor, mas há também contratos de consultoria de gestão pública com prefeituras municipais - acrescentou o parlamentar.
Alvaro Dias afirmou ainda que a CPI das ONGs poderá solicitar a colaboração de promotores dos Ministérios Públicos estaduais que estiverem envolvidos nas investigações.