Por Isaltino Nascimento As histórias, datas e lugares de eventos que explicam a oficialização do 8 de março como o Dia Internacional da Mulher são muitos.
Os anos são os de 1857, 1910 e 1917.
Os eventos ocorreram nos Estados Unidos, na Dinamarca e na Rússia.
Nestas datas e países registraram-se protestos e massacres (Nova Iorque), debates exaltados, conferências (Compenhague), greve geral, início do processo da revolução (Moscou), fatos extremamente marcantes que ocasionaram conquistas importantes para o sexo feminino.
Independente do evento que referenciou historicamente a data e das conquistas obtidas até hoje, ainda é preciso avançar bastante na luta iniciada pelas tecelãs queimadas vivas numa fábrica de Nova Iorque, no debate gerado pelas participantes da Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague ou nas reivindicações das operárias russas que participaram da greve geral que culminou com a Revolução de 1817.
As nova-iorquinas pleiteavam melhores condições de trabalho e redução da estafante jornada de 12 horas.
As que foram à conferência de Copenhague pregavam a igualdade dos sexos.
E as que aderiram á greve geral na Rússia lutavam contra a fome, a guerra, o czarismo.
Preservada a memória de fatos tão significativos, que tão bem marcam as recorrentes e seculares reivindicações femininas por justiça e igualdade social, a luta das mulheres persiste.
Assim, o 8 de março é mais que um simples dia de comemoração ou de lembranças.
Na verdade, é uma grande oportunidade para mergulharmos numa reflexão conjunta - e consciente - sobre a situação da mulher contemporânea.
Onde quer que ela viva, qualquer que seja sua profissão ou modo de vida.
O momento ideal para discutirmos seu presente concreto, seus sonhos, seu futuro real.
O que ainda falta para que de fato conquiste seu lugar em casa, no seio familiar, na escola, no trabalho, mundo afora.
Não é demais lembrar que mulher não é objeto, não é mercadoria e nem tem menor capacidade intelectual ou de trabalho que os homens.
Pelo contrário.
Sua contribuição para a sociedade se dá nas mais diversas áreas.
Seja com sua capacidade, inteligência, sensibilidade, sagacidade ou tantas outras peculiaridades que a fazem única, especial.
Por isso as mulheres devem ser tratadas com respeito e terem sua voz ouvida onde quer que estejam.
De forma igualitária, sem preconceitos, com dignidade.
Mais que comemorar, para mim este é um dia de pensar, repensar e organizar as mudanças em benefício da mulher e, conseqüentemente, de toda a sociedade.
Os outros 364 dias do ano são, certamente, para realizá-las.
PS: Isaltino Nascimento, deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.