A edição desta semana da revista Época vem trazendo novos incômodos para o prefeito João Paulo justificar a contratação da Finatec com o objetivo de modernizar a gestão municipal.
A Época revela que o assessor de Relações Internacionais do prefeito, Roberto Trevas, seria o elo de ligação com a Finatec e Luís Lima.
O assessor é irmão do sociólogo paraibano Vicente Trevas, um dos fundadores do PT, que até janeiro de 2003 era responsável pela Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais do partido - ou seja, a pessoa encarregada de lidar com os prefeitos da legenda.
Vicente Trevas passou por vários cargos no governo federal até chegar à assessoria do Ministério da Justiça.
A reportagem da Época diz, ainda, que a prefeitura do Recife foi uma das primeiras administrações petistas a firmar acordo milionário que beneficiou o psicólogo gaúcho Luís Antônio Lima, subcontratado pela Finatec para prestar serviços de consultoria.
Com a prerrogativa de não se submeter a licitações, por estar diretamente ligada a uma universidade (a UNB, de Brasília), a Finatec teria servido de fachada para Luís Lima, muito bem relacionado dentro do PT.
A revista fala em contratos de R$ 9 milhões entre a fundação e a prefeitura do Recife.
Mas a própria PCR já admitiu que o valor pago à entidade chegou a R$ 19,8 milhões.
A Época também centra fogo no fato de que a Finatec foi contratada diretamente pelo gabinete do prefeito João Paulo e não através da Comissão de Licitação - que seria o órgão encarregado do assunto, mesmo que houvesse a dispensa. “ÉPOCA apurou que o prefeito João Paulo tomou essa iniciativa devido a restrições de técnicos da Prefeitura ao convênio”, diz um trecho da reportagem.
Na semana que passou, o Blog de Jamildo revelou, em primeira mão, relatórios do Tribunal de Contas do Estado em que os auditores destacam que o contrato foi firmado mesmo contra um parecer da procuradoria do município.
Também impressiona a revelação, feita pela revista, de que extratos dos convênios firmados pela Finatec mostram transferências de recursos entre as prefeituras. “Dinheiro do convênio com a Prefeitura de Fortaleza era remetido para o convênio com a Prefeitura de Vitória.
Recursos do convênio com Recife eram transferidos para Nova Iguaçu, e assim sucessivamente”.
Apesar de todo o sucesso da Finatec e do empresário Luís Lima junto às administrações petistas, o atual tesoureiro da legenda, Paulo Ferreira, tem uma opinião diferente sobre o trabalho do consultor. “Eu não os indicaria porque o trabalho deles é muito ruim.
O portal que eles fizeram para a transição (de FHC para Lula) não servia para nada, era chamado de portal das ilusões”, disse. “É uma picaretagem”.
A revista lembra, por fim, que prefeitos e governadores de vários partidos têm recorrido a um programa de modernização criado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), mantido por grandes empresas privadas e gratuito para as administrações públicas.
Além do próprio governo de Pernambuco, Minas Gerais, Sergipe, São Paulo e a Prefeitura de Porto Alegre (PPS), entre outros, já trabalham com esse programa.
Leia a nota técnica do TCE aqui.
As justificativas da PCR aqui.
Mais, em instantes.