Por Raul Henry* Esta semana fui criticado pelo secretário João da Costa por ter participado de outras administrações municipais.
Segundo ele, isso me tiraria a autoridade de fazer críticas à atual gestão e de propor idéias novas para a cidade do Recife.
Em primeiro lugar, devo dizer que ter participado das administrações municipais de Jarbas Vasconcelos e ter sido vice-prefeito de Roberto Magalhães só enriquecem o meu currículo.
Jarbas foi considerado inúmeras vezes pelos institutos de pesquisa o melhor prefeito do Brasil e conta até hoje com o apoio e uma altíssima aprovação do povo do Recife.
Já reconheci, em mais de uma oportunidade, que na nossa passagem pelo Governo do Estado, apesar de todos os investimentos e de todo o esforço, não conseguimos o êxito desejado no combate à violência.
Por esse motivo e porque esse assunto é prioridade na agenda da sociedade brasileira, debrucei-me sobre ele com o maior afinco.
Quem pretende disputar um mandato de prefeito, governador e presidente da República precisa ter propostas para solucionar o problema da violência e da criminalidade.
O que não dá para aceitar é a omissão, marca da atual Prefeitura do Recife na questão da segurança do cidadão.
Fui aprender com quem alcançou os melhores e mais efetivos resultados no mundo.
Não devemos ter medo de copiar, de adaptar o que dá certo – dentro ou fora do Brasil.
A Colômbia é um país com a realidade muito próxima à nossa.
Sua renda per capita é menor que a brasileira e seus indicadores de desigualdade também são piores que os nossos. É importante ressaltar que a Colômbia chegou ao fundo do poço.
A cidade de Medellín, por exemplo, atingiu o número de 384 homicídios para 100 mil habitantes.
Bogotá, capital do país, chegou a 88.
Hoje essas taxas são respectivamente 28 e 18.
Na vida, é sempre positivo aprender com os nossos insucessos e com os acertos dos outros.
A proposta que estamos apresentando para o Recife se baseia num modelo que o mundo observa e copia.
Na nossa gestão, caberá à Prefeitura priorizar a urbanização das áreas mais pobres com a instalação de equipamentos de qualidade.
Também será papel da Prefeitura investir em educação infantil e fundamental, e ter uma política voltada para a juventude apoiada na cultura, nos esportes, e sobretudo, na qualificação profissional.
Além disso devemos acompanhar de perto todos os jovens em situação de risco social, e suas famílias.
Queremos realizar esse trabalho de forma integrada e coordenada numa ampla parceria com o Governo do Estado, Ministério Público, Poder Judiciário e com todas as entidades da sociedade que queiram participar deste mutirão.
Temos a certeza de que esse é o caminho.
Vamos defendê-lo na campanha eleitoral com toda clareza.
Não adianta o secretário João da Costa espernear, fugindo da responsabilidade.
A gestão que ele representa teve oito anos para enfrentar esse desafio, sem que nada fosse feito nessa direção. *Deputado federal pelo PMDB e pré-candidato à prefeitura dacapital, escreve às sextas para o Blog dentro da série “Recife 2008.
Debate com os prefeituráveis”.