Do Blog de Josias de Souza Citado na autobiografia de Mark Twain, Disraeli (1804-1881) ensinou que há trêstipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.” As pesquisas de opinião, por científicas, produzem estatísticas nas quais se pode confiar até certo ponto.
O ponto de interrogação.
Há duas semanas, o instituto Sensus foi às ruas e informou que a aprovação de Lula roça o céu: 69,9%.
Há na rede uma outra pesquisa, realizada pelo norte-americano Gallup com resultado contrastante.
Realizada em julho e agosto de 2007, mostra um brasileiro de humor azedado.
Em vez de perguntar ao entrevistado se aprova o presidente ou sua administração, o Gallup quis saber se o brasileiro está satisfeito com os esforços do governo para atenuar os problemas da população mais pobre.
Nada menos que 61% das pessoas ouvidas disseram que não estão satisfeitas com a maneira que o país trata os seus pobres.
Mais: 69% acham que o fosso entre pobres e ricos está aumentando no Brasil.
A sensação captada pelo Gallup não coincide com os fatos. Órgãos nacionais, como o Ipea, e internacionais, como a ONU e o Banco Mundial, atestam que as desigualdades sociais e de renda vêm se estreitando no país.
Parte dos dados da pesquisa foi exposta em texto redigido a propósito da descoberta, pela Petrobras, da megareserva de óleo, no campo de Tupi -aqui, em inglês, no sítio do Gallup.
Ouviram-se 1.038 brasileiros acima de 15 anos.
A margem de erro, segundo o instituto é de três pontos percentuais.
Lá no alto, há um vídeo com a apresentação dos dados.
Foi obtido pelo repórter no blog TV Política.
Infelizmente, a locutora fala em língua inglesa.
Fica uma sólida impressão: em se tratando da captação do humor das pessoas, o resultado das pesquisas depende enormemente da formulação das perguntas.
Que venha logo um Datafolha!