Depois de terem feito, nesta quarta-feira, pela manhã, um ato de protesto na frente da Secretaria de Educação, os trabalhadores em educação do Estado vão continuar tentando pressionar para abrir um canal de diálogo com a gestão e se informar sobre a alteração na matriz curricular da rede que reduziu em 1h/semana as aulas de História e Geografia, além de aplicar as disciplinas de Filosofia e Sociologia apenas no 2º e 3º ano do ensino médio, respectivamente.

Uma comissão, formada por três diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco foi recebida pela secretária executiva de Desenvolvimento da Educação, Aída Monteiro.

Na ocasião também foi reiterada a posição crítica dos educadores em relação ao Programa Travessia, aplicado obrigatoriamente aos estudantes do ensino médio com distorção idade-série.

Haverá uma próxima reunião entre o Sintepe e a Secretaria Estadual de Educação nes sexta-feira, dia 29, às 15h, na sede da SE, no Recife. “Apresentamos a nossa percepção sobre os dois processos (Travessia e a mudança na matriz curricular) e queremos também um seminário aberto com os educadores da rede, com a participação da Secretaria.

A reunião apontou para a possibilidade de promover algumas alterações e vamos discuti-las”, afirmou Fernando Melo, diretor do Sintepe.

A mudança na matriz curricular aconteceu no mês de férias (janeiro) sem nenhuma discussão com a comunidade escolar.

As horas “sobrantes” das matérias de História, Geografia, Sociologia e Filosofia serão ocupadas por disciplinas da Parte Diversificada, composta por conteúdos transversais como: Educação, Direitos Humanos e Cidadania; Educação Ambiental; História da Cultura Pernambucana; Educação e Trabalho.

Também houve aumento em 1h/aula por semana das matérias de Língua Portuguesa e Matemática. “A medida deveria ser discutida, afinal causa desorganização da carga horária na maioria das escolas, além de resultar em prejuízos aos alunos, pois são matérias que contribuem com a construção do pensamento crítico.

Também poderá resultar em dificuldades para os estudantes que quiserem concorrer ao vestibular seriado da UPE, o qual exige conhecimentos de Filosofia e Sociologia”, afirma Antonieta Trindade, vice-presidente do SINTEPE.

Com relação ao Programa Travessia, os trabalhadores em educação são contrários, entre outros fatores, à obrigatoriedade da matrícula dos alunos com distorção idade-série, sem consulta aos mesmos, a redução do tempo de conclusão do ensino médio para estes estudantes, de três para um ano e meio e a sobrecarga nos professores-monitores.

Vale lembrar que o projeto atual prevê apenas um professor para lecionar todas as disciplinas de humanas e outro, para as de exatas e Biologia, influenciando na qualidade da educação.